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WRC 9 - Primeiras Impressões

Estivemos a experimentar o futuro do simulador de ralis, que chegará este ano ao PC e consolas.

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Para mim, a série WRC é a melhor no que toca às corridas de rali, e a série Assetto Corsa quando falamos em corridas no asfalto e com carros desportivos. Duas séries que têm algo de especial, aquela essência que as torna incrivelmente satisfatórias de jogar desde que iniciamos uma partida. É como se estes simuladores realistas encontrassem o ponto perfeito que os tornam acessíveis e fáceis de aprender, e difíceis, e gratificantes de dominar, mas mantendo sempre uma sensação de condução muito natural, especialmente se usarem um volante e pedais.

Tive a oportunidade de jogar, durante algumas horas, a nova aposta da KT Racing, numa versão incompleta para PC, que me deu um primeiro olhar sobre o jogo que a Nacon lançará em todas as plataformas ainda este ano. Depois da minha experiência, posso dizer que a KT Racing continua a encontrar aquele ponto perfeito no manuseamento dos veículos e a fazer-me suar com os novos desafios oferecidos.

Há várias novas funcionalidades para discutir este ano, mas primeiro, preciso enfatizar o quanto aprecio quando um jogo de corridas, mesmo numa fase inicial, apoia e reconhece totalmente os periféricos do género. É algo que devemos sempre "exigir" no PC, mas, acreditem ou não, até mesmo alguns dos melhores simuladores de corrida podem ter um suporte insatisfatório para volantes nesta fase de desenvolvimento (e até no lançamento), o que dificulta muito a sua avaliação. Com WRC 9 - e isso pode ser devido à sua parceria oficial -, agradeço o suporte ao Fanatec ClubSport V2.5 e aos pedais V3 invertidos, orientados para rali. Isso inclui uma boa resposta, graus de rotação controlados por software (540º por padrão) ou algo tão subtil (mas também muito apreciado em termos de feedback) como o ruído do pedal do acelerador.

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WRC 9
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Fiz algumas sessões de treino (sugiro que comecem pela classe Júnior de 200 hp antes de experimentarem algo como WRC 4WD de 380 hp) e também iniciei uma nova carreira, que este ano parece ser mais limpa, mais acessível e envolvente do que nunca, com recompensas XP, personalização e todo um sistema de progressão que parece ser capaz de manter o vosso interesse a longo prazo.

Mas, para esta antevisão, quis concentrar-me na sensação de direção e no manuseamento e, é claro, nos novos ralis que chegarão ao jogo. São o Quénia, Nova Zelândia e Japão, que totalizam 13 ralis quando adicionados a Monte Carlo, Suécia, México, Argentina, Portugal, Itália-Sardenha, Finlândia, Turquia, Alemanha e País de Gales. Tudo isto com seis ou sete etapas cada, carros e equipas oficialmente licenciadas pela Ford, Hyundai e Toyota, e as categorias de carros adicionais, como Legends, contribuem para uma oferta cheia em termos de conteúdo, e com mais conteúdos no horizonte.

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Escolhi obviamente o Quénia-Seyabei para as minhas primeiras corridas. Porquê? Por causa do seu terreno interessante e, porque foi precisamente há uma semana que o evento real deveria ter sido realizado com o retorno do Safari Rally após 18 anos, mas, infelizmente, foi cancelado e adiado até 2021 devido à pandemia do COVID-19. E, como podem ver pelos vídeos, é um desafio diferente, com a sua superfície esburacada e as suas estradas deliberadamente indefinidas. Pode ser um pouco banal a nível visual, mas isso acaba por ser uma vantagem quando nos é exigido ainda mais atenção do que o habitual, pois é um rali que parece muito mais fácil do que realmente é.

WRC 9
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A Nova Zelândia também não é um passeio pelo parque com todas aquelas rochas, cercas e falésias, mas adorei a transição do asfalto para a terra batida durante as etapas da corrida, tendo que lidar com a diferença na aderência ao fazer cada curva. Esta zona é muito mais apelativa, as vistas são mais variadas e o terreno é mais irregular do que as planícies da savana africana.

No outro extremo, está o Japão e as suas pistas de alcatrão, que também regressam triunfalmente à série. Num jogo de rali, não temos o mesmo tipo de manuseamento e feedback que teríamos num título mais desportivo (GT3, F1, etc), mas a KT Racing também domina os desafios no asfalto e diverti-me bastante a correr pelas florestas japonesas (onde usei o Toyota Yaris WRC, é claro).

Quando mudei para o Toyota, apercebi-me dum incontornável downgrade a nível da qualidade do som (especificamente no que diz respeito ao ruído do motor), como a KT Racing tinha já avisado, pois nesta versão apenas o Ford possuía os sons mais autênticos e recém-gravados já integrados. Em comparação, o Toyota e o Hyundai pareciam ter saído de um jogo de arcada dos 90s.

A nível técnico, gostava de ver mais detalhes e melhor iluminação na versão final, pois a build que experimentei parecia ser muito banal nesse campo, mesmo com as opções gráficas "altas" ou "muito altas", e não podemos esquecer-nos que o jogo não será só lançado na PS4, Xbox One e Nintendo Switch, mas também na PS5, Xbox Series X e, naturalmente, PCs de última geração. Dito isto, WRC 9 possui alguns dos tempos de carregamento mais rápidos do género, juntamente com ótimo feedback /calibração e física aprimorada.

WRC 9
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Por fim, vale a pena ressalvar que, além das novas versões dos ralis em Portugal e Finlândia, WRC 9 receberá o modo cooperativo experimental Co-drive Mode, no final ano como uma atualização gratuita. Neste modo, um amigo assume o papel de copiloto e fica responsável pela leitura das notas da corrida, como os perigos e curvas do percurso. Estamos intrigados com esta nova experiência, que será apenas online, pelo menos no lançamento, mas podemos imaginá-la a evoluir para um modo muito interessante através de uma app para smartphones/tablets.

Também ficámos a saber que os jogadores que adquirirem a versão PS4 ou Xbox One, vão receber uma atualização totalmente gratuita para a PS5 ou Xbox Series X, e estamos curiosos para ver como o jogo irá tirar partido do desempenho e funcionalidades das novas consolas, como as Activities da PS5 (que funcionam como links rápidos para as corridas através do menu da consola), para criar as bases para o futuro do género.

WRC 9 já é um prazer de jogar e estará cheio de conteúdos no lançamento, com uma campanha aparentemente interessante, com mais atualizações gratuitas e pagas no horizonte. A Nacon e a KT Racing revelaram que o foco principal deste ano foram os recursos sociais, enquanto WRC 10 e 11 assumirão uma nova direção, mas com base nessas impressões iniciais e no facto de não podermos experimentar todos os conteúdos e modos online, e com o jogo a dar o salto para a próxima geração, esta promete ser uma temporada muito promissora para o jogo oficial de rali.

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