Português
Gamereactor
antevisões
Watch Dogs 2

Watch Dogs 2

A Ubisoft ouviu os fãs, e o resultado começa a ser impressionante.

HQ

O primeiro Assassin's Creed não foi um bom jogo, mas tinha boas ideias. Só na sequela vimos o que a série tinha realmente para oferecer, e Ezio Auditore de Firenze é hoje uma das personagens mais conhecidas da era moderna dos videojogos. Talvez o mesmo se tenha passado com Watch Dogs. O primeiro jogo tinha muitos pormenores excelentes, mas o protagonista era desinteressante, a estrutura não resultou muito bem, e a jogabilidade não correspondeu ás expetativas. Depois de termos passado algumas horas com Watch Dogs 2, acreditamos que podemos estar perante um novo caso de Assassin's Creed.

Foram duas horas ininterruptas com o jogo, e isso normalmente é bom sinal, porque revela confiança da produtora no seu produto. Nem sequer nos deram grandes conselhos ou dicas, deixaram-nos aprender com o jogo e com os próprios erros. O impacto inicial foi de imediato estabelecido com o novo protagonista, Marcus Holloway, um jovem hacker que veio substituir Aiden Pearce do primeiro jogo. Gostámos do que vimos de Marcus durante estas duas horas, sobretudo quando o comparamos com a personalidade fria e oca de Aiden.

Watch Dogs 2 pretende seguir um caminho irreverente, jovem, e com isso tememos que se tivesse tornado demasiado juvenil, mas não nos parece. Os diálogos parecem sólidos e ocasionalmente até divertidos, de tal forma que chegámos a parar o carro para continuarmos a ouvir as conversar em paz.

HQ
Publicidade:

Não foram apenas os diálogos e o protagonista que mudaram. São Francisco é bem mais viva que Chicago, e a nova estrutura do mundo aberto incentiva a uma jogabilidade mais mexida. Marcus é mais atlético que Aiden e consegue trepar, dezlizar e rebolar através de vários obstáculos. Isto tudo acessível com comandos fluidos e sólidos. Outro problema de Aiden Pearce em Watch Dogs era o seu comportamento na estória e no mundo, duas coisas muito distintas. Era estranho todo o caos que as missões secundárias pediam do jogador, porque não encaixavam em nada com a personalidade ou os objetivos da estória. Marcus é diferente, e a sua atitude irreverente permite-lhe outra liberdade para lidar com as questões de forma mais despreocupada. Este comportamento não é a única coisa que separa Marcus e Aiden.

O novo protagonista também tem acesso a mais brinquedos que o seu antecessor, brinquedos como um drone, e um mini-veículo tele-comandado. O drone é excelente para fazer o reconhecimento de uma área que queiram invadir, permitindo marcar inimigos no radar e até largar bombas nos oponentes (é essencialmente uma versão mecânica da coruja de Far Cry Primal). Depois de fazerem o reconhecimento da área, enviam o pequeno veículo. Todas as estruturas estão equipadas com tubos de ventilação, perfeitos para a navegação do veículos. Utilizando os dois acessórios conseguimos cumprir um objetivo dentro de uma casa sem realmente entrarmos lá dentro. Fantástico.

Estas ferramentas furtivas são uma delícia, mas o jogo nunca nos julgou pelo nosso estilo de jogo. Durante a demo fomos detetados em várias ocasiões, mas isso nunca se tornou num problema real. Bastou usar as armas e os acessórios para ativar explosivos. O jogo oferece inúmeras ferramentas ao jogador, que pode facilmente adaptar-se a qualquer contexto que se crie.

Um dos problemas da demo está na condução, sobretudo das motas. Embora os carros pareçam ter um peso e uma sensação respeitável, as motas são demasiado leves. Se saltarem com as motas numa rampa vão deslizar pelo ar como se a gravidade não existisse (ok, estamos a exagerar, mas é realmente excessivo). Nesse aspeto, Watch Dogs 2 não parece muito melhor que o antecessor. Os veículos continuam a ser meios de transporte para ir de A a B, já que não têm nenhum do gozo da condução que algo como GTA V oferece.

Publicidade:

Custa a crer que Marcus consiga deixar uma marca tão forte como Ezio Auditore, mas parece óbvio que tem potencial para perdurar mais tempo na memória que Aiden Pearce. Ao estilo da Ubisoft, São Francisco está a rebentar com atividades para cumprirem, mas Watch Dogs 2 está longe de parecer um jogo repetitivo. O diálogo é engraçado, as sequências furtivas impressionara, e os brinquedos de Marcus criam muitas oportunidades de jogabilidade. A Ubisoft aprendeu com os erros do jogo anterior, e parece ter feito as mudanças necessárias para elevar a série. Será o Assassin's Creed 2 de Watch Dogs? Pelo menos agora temos essa esperança.

HQ
HQ
Watch Dogs 2Watch Dogs 2Watch Dogs 2
Watch Dogs 2Watch Dogs 2Watch Dogs 2

Textos relacionados

7
Watch Dogs 2Score

Watch Dogs 2

ANÁLISE. Escrito por Sam Bishop

Uma sequela superior em todos os aspetos.



A carregar o conteúdo seguinte