Stranded Deep

Vai começar Stranded Deep no que parece ser um jato privado... e a partir daqui deve adivinhar o que acontece a seguir - o avião cai em pleno oceano, e como único sobrevivente, deve tentar chegar à ilha mais próxima utilizando os destroços da aeronave. Estamos portanto a falar de um jogo de sobrevivência, jogado numa perspetiva de primeira pessoa, que se passa um arquipélago tropical.

O primeiro impacto é visual, já que Stranded Deep apresenta uma qualidade gráfica bastante agradável, em parte devido ao próprio cenário tropical. Depois de admirarmos a vista metemos mãos à obra, e percorremos alguns minutos de tutorial que nos ensinaram as bases da sobrevivência, como construir um abrigo, fazer fogo, caçar e cozinhar um caranguejo, abrir um coco, e fazer uma lâmina.

Depois desses minutos iniciais, o jogo basicamente deixa-o entregue à sua própria sorte, mas apreciamos o facto de existir uma história para seguir, que dá uma conclusão à aventura. Não é um jogo só acerca de sobreviver, existe um objetivo maior, que neste caso passa por chegar ao centro do mapa para tentar reconstruir um avião. É completamente irrealista, sobretudo considerando que no início do jogo mal conseguimos criar uma navalha, e no fim já parecemos o Tony Stark, mas é algo que tem de pôr de lado em favor da jogabilidade.

Também gostámos do facto de existir um grande número de possibilidades em termos de construções, desde camas a jangadas. O jogo tem um sistema de evolução orgânico, permitindo que a personagem evolua conforme vai construindo mais coisas. Quanto a perigos, existem cobras na terra e tubarões no mar, e nós temos pavor de ambos. Ainda assim, aprendemos rapidamente que existe uma planta capaz de anular o veneno das cobras, embora precise mais do que umas folhas para curar uma dentada a sério de um tubarão.

Os controlos não são os mais intuitivos, mas depois de algum tempo apanhamos-lhes o jeito e não tivemos problemas de maior. Existem alguns momentos de frustração no jogo, como caçar caranguejos, que são muito mais rápidos do que deviam, mas ficámos surpreendidos por existirem algo como bosses no jogo. Alguns territórios estão ocupados por criaturas especiais, e um deles é um terrível Megalodonte. Este tipo de encontros são intensos, e tornam a experiência de jogo ainda mais memorável. Como é necessário viajar entre as ilhas, isso causa sempre alguns momentos de grande ansiedade, já que corre o perigo de ser comido, morrer à fome, ou apanhar uma tempestade.

Como já deve ter calculado, o jogo apresenta uma vasta secção aquática, e gostámos imenso de a explorar, por vezes até para explorar barcos afundados. Claro que deve contar encontrar alguns tubarões, o que é aterrador, embora pudesse ser ainda mais. O jogo muda a música sempre que um tubarão se aproxima, o que além de quebrar a imersão, coloca-nos de imediato em atenção. Sem esse aviso a experiência seria muito mais intensa e assustadora, e preferíamos que fosse assim.

Também gostaríamos que Stranded Deep tivesse algum tipo de multijogador. Sim, percebemos que isso quebra o propósito de estarmos isolados numa ilha, mas em termos de jogabilidade teria sido divertido ter com quem partilhar a experiência. Continuando com queixas, as ilhas são demasiado pequenas, e parecem que nunca têm recursos suficientes. Qual é o propósito de estar a construir um abrigo, se o jogo nos obriga a estar sempre a mudar de ilha?

Mas o mais importante é que nos divertimos com Stranded Deep tal como ele está neste momento, e estamos curiosos para perceber como o jogo irá evoluir com o tempo, já que este tipo de experiências tendem a ser reforçadas pelos estúdios. Se aprecia jogos de sobrevivência, é bem provável que também acabe por apreciar a sua passagem por Stranded Deep, mesmo considerando que o jogo podia ser melhor com algumas correções e extras.