Stellaris é um fantástico jogo de estratégia e gestão espacial, algo que os jogadores de PC já sabem desde 9 de maio de 2016. Agora, porém, é a vez dos jogadores de PS4 e Xbox One descobrirem esta pérola do género de estratégia, sobretudo porque não existe nada comparável nas consolas, sobretudo a esta escala.
O jogo arranca algum tempo depois da humanidade ter descoberto a velocidade mais rápida que a luz, e apresenta uma série de raças e civilizações que pretendem conquistar o seu pedaço da galáxia e expandirem os seus impérios. Vão começar com apenas um planeta, mas à medida que desenvolvem nova tecnologia e recolhem recursos, podem começar a explorar a galáxia.
Podem jogar com humanos, mas também podem escolher entre uma série de raças alienígenas. Para nossa primeira passagem pelo jogo decidimos seguir a via tradicional, e escolhemos a humanidade. Mesmo com a humanidade, podem começar com outro planeta, mas decidimos optar pela escolha pré-definida, ou seja, a Terra. Antes da aventura começar, contudo, é preciso definir uma série de parâmetros.
Isto inclui a opção para determinar o tamanho e a forma da própria galáxia, o número de participantes controlados pela inteligência artificial (o máximo são 10), e até o seu nível de desenvolvimento. Também podem selecionar o modo Ironman, que limita a experiência a um único save automático, impedido que o jogador corrija erros recuando para um save anterior. Todas estas opções, em conjunto com a geração aleatória de conteúdo, significa que o número de variantes é enorme, e duas campanhas nunca serão exatamente iguais.
A maior preocupação que tínhamos em relação a Stellaris nas consolas passava pelos controlos, mas ficámos positivamente surpreendidos. Tudo funciona bastante bem com um comando, e os menus são acessíveis. Se é mais fácil com um rato e teclado? Provavelmente, mas o jogo funciona bastante bem com um comando, e isso deve-se à excelente adaptação feita pelo estúdio. Dito isto, mentalizem-se que terão de navegar através de vários menus, mas isso faz parte da experiência com um jogo deste género.
Aconselhamos-vos no entanto a explorarem todo o tutorial, já que foi uma ajuda essencial para jogarmos de forma confortável. Embora seja uma experiência profunda, com muitas opções, Stellaris é surpreendentemente intuitivo, e não devem ter receio de o experimentar se a vossa maior preocupação é acessibilidade.
Voltando à nossa primeira campanha, tudo começou de forma tranquila na Terra, mas fizemos alguns erros ao tentarmos expandir o império. Não prestámos a devida atenção aos níveis de energia que estávamos a consumir, e isso acabou por atrasar o nosso desenvolvimento. Aprendemos com o erro, e eventualmente conseguimos colocar a nossa primeira nave interplanetária a funcionar.
Pouco tempo depois de começarmos a explorar a galáxia, encontrámos as primeiras raças de alienígenas, e se a maioria acabou por ser amigável, uma raça em particular decidiu agir de forma hóstil. Ainda tentámos alcançar algum tipo de diplomacia, mas tornou-se claro que estes extra-terrestres não partilhavam esse interesse. Sem outra opção, declarámos guerra a essa raça, e no processo, tentámos libertar alguns dos planetas que tinham como reféns, de forma a ganharmos novos aliados.
Eventualmente conseguimos derrubar o império inimigo, mas quando pensávamos que tudo estava resolvido, uma nova raça apareceu, que em conjunto com uma das raças que tínhamos libertado e ajudado, nos dizimou. Fomos traídos de forma crude, e a nossa campanha acabou, mas aprendemos uma valiosa lição. Decidimos não ficar por aqui, pelo contrário, recomeçamos logo de seguida, e assim o fizemos em mais ocasiões, sempre aprendendo algo no processo. Cada campanha foi divertida, interessante, e única, e ficámos agarrados ao jogo durante horas a fio.
O jogo está cheio de pormenores que enriquecem a experiência, desde histórias aleatórias que podem seguir e desenvolver, a raças primitivas que podem dominar ou ajudar a evoluir. Podem construir um império devastador e ameaçador, transformar planetas e colonizá-las, ou o oposto completo. A profundidade de Stellaris é impressionante, e as possibilidades são tremendas.
Graficamente, Stellaris não é muito impressionante, mas é sólido e polido. A interface é agradável e funcional, enquanto que os pormenores das naves, dos planetas, e das batalhas, são perfeitamente adequados. Já o som, porém, foi uma surpresa bastante agradável. A banda sonora é soberba, repleta de momentos épicos, mas também relaxantes, adequando-se a várias situações.
Temos, contudo, alguns defeitos também a apontar. A diplomacia, por exemplo, podia estar mais desenvolvida, e a ausência de espionagem ou algo semelhante foi uma desilusão. São elementos que não estragam a experiência, mas que parecem ser uma oportunidade perdida. Também ficámos desiludidos por saber que o jogo não está exatamente ao nível de conteúdo comparando com a versão PC, mas a Paradox já prometeu que irá suportar o jogo nas consolas com expansões e atualizações gratuitas.
A qualidade de Stellaris já era conhecida, restava saber se o Paradox conseguiria adaptar a experiência às consolas com sucesso. Felizmente, sim, conseguiram-no de forma louvável. Stellaris é um jogo que deve ser altamente considerado por fãs de estratégia e de jogos espaciais, sobretudo porque opções deste género nas consolas são raras.