Português
Gamereactor
análises
Sonic Mania

Sonic Mania

O ouriço azul da Sega faz um regresso triunfal às suas raízes 2D.

HQ
HQ

Quando Sonic Mania começa, vão deparar-se com um ecrã tal como os dos jogos da década de 90, bem como as opções de jogo individual ou contra um amigo. Este último espelha aquilo que encontrávamos nos títulos antigos - o ecrã está dividido ao meio e competem de forma a ver quem termina o nível mais rapidamente, para além de ter em conta outros parâmetros como os anéis, etc. Não há muito mais para dizer sobre este modo, pois é claro que o foco está sobre o modo de jogador individual.

Antes de começarem um jogo novo podem escolher entre Sonic, Tails, Knuckles, ou os dois primeiros enquanto duo; todas as três personagens têm habilidades distintas que podem alterar a forma como jogam. Sonic corre velozmente e salta alto (nada mais seria de esperar), Tails consegue voar e Knuckles consegue trepar e planar. Se jogarem com a dupla Sonic e Tails, podem convidar um amigo para tomar controlo da raposa cor-de-laranja e voar pelos níveis de modo a ajudar o ouriço a alcançar plataformas mais altas.

Para além disso, existem vários power-ups que oferecem às três personagens a oportunidade de combinar habilidades diferentes. Podem apanhar escudos que vos protegem, bem como outros que atraem anéis, que vos deixam respirar debaixo de água e que vos permitem saltar mais alto. Estes objetos, quando utilizados em lutas contra bosses interessantes e variados, trazem uma lufada de ar fresco ao jogo. O combate contra um boss na segunda zona destaca-se particularmente, na medida em que jogam uma ronda de Puyo Puyo contra Eggman, indubitavelmente uma referência ao título Dr. Robotnik's Mean Bean Machine para a Mega Drive (que, na verdade, era um clone de Puyo Puyo).

Publicidade:

De resto, as lutas contra bosses são reinterpretações aprofundadas ou mais sagazes daquelas que encontrávamos na consola 16-bit da Sega e são espetaculares. Foi com grande surpresa com que nos deparámos com um boss semelhante ao adversário final de Sonic 2 numa fase primária do jogo, por exemplo.

Uma vez escolhida a personagem, a aventura começa. O início faz-nos lembrar Sonic 3, dado que estão em cima da asa de um avião e vão de encontro a uma selva onde um robô parecido com Dr. Robotnik está a escavar uma gema; de repente, as cores no ecrã invertem-se para o seu negativo e são transportados para Green Hill Zone. A primeira coisa que reparámos foi nos controlos fantásticos. Parece realmente que estamos a jogar aos jogos antigos e é óbvio que isto foi intencional, pois os níveis estariam perfeitamente enquadrados na Mega Drive. Depressa vão notar que mundos repetentes (como Green Hill Zone) foram retrabalhados e expandidos, e que parecem até demasiado grandes dado que às vezes não os conseguem completar com a rapidez desejada para obter o bónus por tempo. Metade dos níveis vêm de outras aventuras de Sonic, e a outra metade foi feita de raiz para este jogo.

Existem 12 zonas no total e o jogo dura cerca de 8 a 12 horas (caso queiram apanhar todas as gemas). Como será de esperar, vão encontrar muitos níveis de bónus e se tocarem num poste de checkpoint com um determinado número de anéis, vão entrar em pistas de bónus como os de Sonic 3 e Sonic & Knuckles. Existem cerca de 40 destas pistas e, caso as vençam, obtêm moedas de prata ou de ouro, que desbloqueiam outras opções de jogo no menu principal. Para além disso, podem encontrar também anéis enormes espalhados pelos níveis, que dão origem a outro nível de bónus onde têm de apanhar um OVNI que transporta uma das sete esmeraldas do caos. Se acumularem todas as sete, transformam-se em Super Sonic, tal como nos títulos antigos.

O problema é que estes anéis massivos estão muito bem escondidos nos espaçosos níveis, e muitas vezes acabámos uma zona inteira sem os vislumbrarmos, por isso não conseguimos terminar o jogo com todas as sete esmeraldas. Iremos precisar provavelmente de o completar uma terceira e quarta vez para os conseguirmos colecionar a todos, mas isso nem nos desanima porque o jogo é tão divertido que não nos importamos de revisitar as zonas outra vez.

Publicidade:
HQ

Os gráficos do jogo são uma conversão HD direta do grafismo 16-bit da Mega Drive e revelam-se fantásticos num ecrã grande. Os níveis são coloridos e definidos, e tudo corre a 60FPS do princípio ao fim. Até se podia pensar que gráficos dos anos 90 não seriam um desafio para a PlayStation 4 mas, por vezes, existem tantas coisas a acontecer ao mesmo tempo que até se torna difícil acompanhar algumas sequências onde o protagonista azul quase que anda mais rápido do que a câmara lhe permite. Cada zona tem um look e um tema sonoro próprios, mas os níveis baseados nos jogos antigos são melhores do que aqueles que foram feitos de raiz para o jogo e o mesmo se aplica à sonoplastia, onde as músicas de outrora ocupam lugar de destaque.

E agora avançamos para aquele que é nosso maior problema com o jogo, que é o número quase excessivo de níveis. Durante a segunda metade da aventura, as zonas começam a parecer as mesmas. Encontram, por exemplo, uma zona baseada num carnaval e uma em Hollywood e ambas têm demasiadas parecenças. Assim, começámos a questionarmo-nos se estaria para breve o fim do jogo e não nos importávamos se tivesse acabado por volta do décimo nível. A décima segunda zona também deve ser mencionada porque é a mais frustrante que alguma vez jogámos numa aventura de Sonic, e demorámos quase tanto tempo a completá-la como demorámos para passar todas as outras onze juntas.

Existem tantas armadilhas e maneiras de morrer que deixou de ser divertido. Se tivermos isto em conta e o facto da batalha contra o boss final ficar aquém das nossas expectativas, não é difícil pensar nesta zona como a que "estraga" o jogo. Os criadores tentaram fazer a última zona tão desafiante que acabaram por abusar da dificuldade. Quando morrem parece que aconteceu não por uma falha do jogador, mas porque o jogo vos está a passar a perna.

Já existiram inúmeras tentativas desde os anos 90 para ressuscitar Sonic e, mesmo que alguns jogos sejam bons, não tem sido uma luta fácil nem consistente. Se andam em busca de algo que o faça voltar às origens, então não precisam de procurar mais. Na verdade, o jogo por vezes chega a ser melhor que os originais porque pega em velhos conceitos e da-lhes uma nova forma, para além de ter gráficos definidos e uma excelente banda sonora. Esperamos sinceramente que façam um Sonic Mania 2, porque se conseguirem manter os conteúdos e incidir sobre a qualidade em vez da quantidade, então vão potencialmente criar o jogo Sonic perfeito. Por nossa parte, vamos agora então ao jogo mais uma vez para tentar encontrar aquela última esmeralda e ter acesso a Super Sonic.

HQ
Sonic ManiaSonic ManiaSonic Mania
Sonic ManiaSonic ManiaSonic Mania
09 Gamereactor Portugal
9 / 10
+
Controlos excelentes, gráficos e som sumptuosos, zonas amplas e originais. Muita variedade.
-
Demasiadas zonas. A última é extremamente frustrante. Final sem brilho.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

Textos relacionados

0
Sonic ManiaScore

Sonic Mania

ANÁLISE. Escrito por Claus Larsen

O ouriço azul da Sega faz um regresso triunfal às suas raízes 2D.



A carregar o conteúdo seguinte