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Solo: Islands of the Heart

Solo: Islands of the Heart

Uma viagem de reflexão por relações passadas.

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Amor é uma daquelas emoções que pode ter diferentes significados para cada pessoa, que não é facilmente definida. Alguns afirmam que tudo não passa de uma reação química guiada pelo nosso instinto primal de reprodução, enquanto que outros o definem como o grande objetivo da vida, o verdadeiro propósito de tudo. Uma descrição que nos perdurou na memória foi a de LeAnn Rimes, que afirmou que o amor é um rio, sugerindo que algo em constante movimento e sobressalto, mas com uma força esmagadora.

Amor é também o tópico de Solo: Islands of the Heart, um jogo que representa o amor como um mar poderoso capaz de engolir tudo, sobretudo se uma pessoa não souber primeiro amar-se a si própria.

Numa perspetiva mais prática, Solo: Islands of the Heart é um jogo de história a solo, baseado em puzzles e na exploração de ilhas vibrantes que representam relações passadas. Ao todo irão visitar três ilhas ao longo de algo como quatro horas de jogo, enquanto interagem com puzzles, criaturas estranhas, projeções espirituais, e totens inquisitivos. Todos serão capazes de colocar questões profundas ao jogador, que podem até levar-nos a um melhor entendimento pessoal.

O jogo pede, logo de início, que o avatar vos represente de forma tão fiel quanto possível, oferecendo opções de género e orientação sexual, incluindo a opção para género não-binário. Depois deste processo, podem começar a aventura.

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Para avançarem pelas ilhas terão de ultrapassar uma série de desafios e puzzles, a maioria com soluções físicas. Por exemplo, para passarem por uma parede podem ter de criar escadas com blocos, algo que é usado com frequência ao longo do jogo. Existem blocos de vários tamanhos e propósitos, incluindo blocos com ventoinhas que se podem deslocar a eles próprios e outros blocos, e blocos pegajosos que podem ser colados a certas superfícies. Parece simples, mas existem formas de interação entre os vários tipos de blocos que podem não ser imediatamente reconhecíveis de início.

Solo: Islands of the Heart

A jogabilidade em si, incluindo a movimentação dos blocos, é bastante simples. Solo é um jogo muito acessível ao nível dos controlos, preferindo apresentar complexidade no design. Na PS4 funciona de forma muito tradicional, com o analógico esquerdo atribuído ao movimento e o analógico direito atribuído à câmara. O X permite interagir, o triângulo roda os cubos e abre o inventário, e o círculo cancela interações e fecha o inventário. Mais curioso é o quadrado, que permite deslizar alguns metros com um pára-quedas. Quando ao L2, está ligado à varinha mágica, uma ferramenta que permite movimentar os cubos à distância, e que vão obter durante a primeira ilha. Por último, podem correr com o R2.

Solo: Islands of the Heart também tem algumas missões opcionais, que podem ir desde recolher uma comida específica para um animal, a ajudar a alguém a atravessar um território perigoso. Não esperem, contudo, recompensas por cumprirem estas missões secundárias, além do sentimento de gratificação do animal em questão, que vos irá seguir pela ilha. Se não quiserem ajudar os animais podem seguir rapidamente pela história principal, indo ao encontros dos totens. Cada totem faz uma questão ao jogador, que tenta causar algum tipo de auto-refleção. Algo como "pensa que o tempo acabou por matar a paixão da sua relação anterior?". São questões intrusivas, que o jogo pede ao jogador para responder de forma tão honesta quanto possível. Depois, no final, terão direito a um de dois finais.

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Existe um outro objetivo secundário que podem tentar cumprir, o de encontrar quatro pautas musicais espalhadas pelo mundo. Se as encontrarem, e tocarem na guitarra usando os botões correspondentes, serão capazes de alterar certas condições de jogo, como causar chuva ou mudar a palete de cores. Vale a pena apreciar o estilo visual de Solo, algo atípico e estranho, como se fosse a representação de um sonho extremamente vivo e colorido. Também a banda sonora cumpre muito bem a sua função, causando alguma tensão sem nunca ser em demasia.

Solo: Islands of the Heart é curto, mas enquanto dura, é divertido e atípico, oferecendo ao jogadores a oportunidade de explorarem com maior profundidade os seus próprios sentimentos e as suas relações anteriores. Se é algo que vos parece interessante, e se gostam de puzzles físicos, fica a recomendação.

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Solo: Islands of the Heart
08 Gamereactor Portugal
8 / 10
+
Puzzles interessantes que requerem soluções engenhosas. Narrativa colorida. Mundo vibrante.
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Duração da história é um dos factores mais limitantes.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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