Recore

No Gamereactor ainda temos algumas dúvidas sobre o que é exatamente Recore. Por um lado, parece uma fantástica aventura de ficção científica com um estilo visual distinto, onde a protagonista Joule tenta, com o auxílio de companheiros mecânicos, descobrir o que aconteceu ao seu pai depois de um incidente há vários anos. Por outro lado, parece um simples jogo de plataformas e puzzles, embrulhado com alguns poderes e armas para variar a jogabilidade. É um misto de muitos elementos, e mesmo depois do próprio Keiji Inafune ter feito uma apresentação do jogo à imprensa, ficámos com dúvidas sobre a direção que Recore pretende tomar.

Keiji Inafune, produtor japonês que esteve envolvido em Mega-Man, Onimusha, e Resident Evil, está a trabalhar com a Comcept e a Armature Studio para trazer este jogo para o Windows 10 e a Xbox One. Questionado se Recore terá mais aventura ou ação, Inafune respondeu que queria combinar os dois elementos numa única experiência. Não deixámos de nos questionar se isso não iria ter o seu impacto em termos de foco e equilíbrio.

Felizmente os 30 minutos que passámos com Recore foram muito convincentes. A mistura de plataformas com mecânicas de disparo pareceu funcionar bem, tal como a interação com as mascotes robóticas. Jogámos com dois parceiros mecânicos - um cão robótico chamado Mack, e uma aranha mecânica chamada Seth. Ambos foram úteis em combate, mas não só. As suas habilidades gastam-se, por isso podem gerir o seu esforço. Podem pedir a uma das mascotes que descanse alguns segundos, enquanto o outro assume o seu papel e o protege. A interação entre Joule e estas mascotes será uma peça crucial da experiência.

A civilização há muito que deixou de existir como a conhecíamos, e parte dos objetivos de Joule passam por encontrar e armazenar esferas de energia. Outro objetivo é ligar as redes de ligação, que estão offline desde o incidente misterioso. Parte da narrativa é contada através de imagens que antecedem o 'fim do mundo', sequências de grande beleza e até alguma emoção com o pai de Joule. Mesmo que não seja um portento técnico, Recore é um jogo estaticamente lindo.

Se gostam de disparar contra coisas, também vão encontrar um pouco disso em Recore. Quando a melhoramentos, podem evoluir as armas e os parceiros de Joule, embora não possam melhorar a personagem em si diretamente. Existem vários parceiros que podem invocar, com características diferentes, e ainda vão encontrar fórmulas para criarem novas mascotes. Antes disso, precisam de recolher os materiais necessários. Se conseguem encontrar e montar um conjunto completo, com todos os membros, vão garantir um bónus de defesa e ataque a essa criação. Os núcleos de energia que colocam nas criaturas também vai afetar a sua capacidade.

Com o direcional do comando podem aceder a quatro tipos de munições, indicados por cores. Os inimigos também se distinguem pelo mesmo tipo de padrão de cores, por isso têm de usar as cores corretas para cada tipo. Embora utilize mecânicas de tiroteio, Recore não tem coberturas, pelo que terão de se desviar dos projéteis inimigos. É um estilo que promove uma jogabilidade de movimento constante, embora ocasionalmente tenham de parar para resolver alguns puzzles.

Os níveis em si parecem ser amplos, embora Recore não seja um jogo em mundo aberto. Podem explorar o mundo à procura de segredos, e podem revisitar as áreas anteriores para acederem a secções previamente bloqueadas, conforme vão desbloqueado mascotes com novas habilidades.

A produtora promete uma aventura que deve durar entre oito a 10 horas de jogo em média, e mais algumas horas para quem quiser explorar cada canto. Existe equipamento raro e áreas secretas que só os mais dedicados vão descobrir, e isso pode ocupar-vos durante algum tempo. O jogo parece conseguir equilibrar vários elementos numa só experiência, pelo menos a julgar por esta demo. Resta ver como se aguenta a aventura ao longo de 8 horas.