One Piece: World Seeker

Os Straw Hat Pirates de One Piece são um nome que já ultrapassou as barreiras do Anime da Manga. O que Eiichirō Oda criou em 1997, na forma deste grupo icónico de marinheiros, vai hoje muito além do trabalho de uma única pessoa. A série leva perto de 900 episódios, vários filmes, merchandise vário, e claro, uma coleção de videojogos inspirados pela série. Aliás, existem perto de 50 jogos com personagens de One Piece, incluindo o recém-lançado Jump Force.

Infelizmente, uma grande fatia desses videojogos é desapontante, e embora os fãs se mantenham fiéis, por vezes é difícil recomendar estes jogos seja a quem for. Talvez este One Piece: World Seeker seja melhor, e foi com essa esperança que abordámos este nosso contacto com o jogo, a rondar as seis horas de jogabilidade. A ação passa-se na Jail Island, uma ilha com muitas regiões que convida à exploração, através de uma jogabilidade em mundo aberto. Durante a exploração vão encontrar materiais e recursos, que podem usar para criar itens ou para cozinhar.

Mais interessante que esta estrutura típica de mundo aberto, são as reputações com as várias fações, que podem evoluir conforme cumprem objetivos e missões. O estúdio refere-se a este sistema como Karma dos Piratas, algo que irá recompensar os jogadores pelos seus feitos, mas tudo é feito através de um sistema de progressão bastante linear, que se foca na jogabilidade e não tanto em escolhas narrativas.

Jail Island é vigiada por Isaac, um cientista que serve como vilão da saga, e que tem o poder de inverter os efeitos dos Devil Fruits. Não tivemos a oportunidade de explorar a fundo a história, mas o que vimos deixou-nos intrigados.

Também interessante são as mecânicas de ação furtiva, algo novo para um jogo de One Piece. Luffy, por norma, gosta de abordar cada situação de forma direta, mas em World Seeker pode tentar uma abordagem mais comedida, e até terá acesso a uma visão especial que mostra pontos de interesse no cenário. Parece uma adição estranha para um jogo de One Piece, mas faz sentido no contexto específico deste jogo.

Segundo a Bandai Namco, Luffy será o único membro do gangue que irão controlar, mas o grupo em si vai ter um papel importante em One Piece: World Seeker. Além de ajudarem com as suas capacidades, o gangue também pode recolher recursos valiosos e guardar o Thousand Sunny durante a nossa ausência. O cozinheiro de serviço, por exemplo, Sanji, pode preparar refeições para Luffy, que oferecem vantagens temporárias. Lysop, Chopper, e Franky, pode oferecer vários itens e acessórios ao protagonista, permitindo preparar a personagem para diferentes abordagens.

O jogador pode progredir de várias formas ao longo da sua aventura, incluindo através de uma árvore de talentos com cinco ramificações. Aqui podem evoluir os atributos base de Luffy, a capacidade de exploração, o combate, e ainda dois estilos de luta Haki. Podem evoluir através de um sistema tradicional de experiência, ganha com inimigos derrotados e missões cumpridas.

É uma pena que alguns elementos não pareçam muito trabalhados. Os diálogos tendem a ser rígidos, e as animações faciais são fracas. Visualmente parece ser muito limitado, sobretudo tecnicamente, mas o estilo visual e extravagante da série acaba por dar muita vida ao jogo.

Os melhores momentos estiveram ligados à exploração do mundo, sobretudo porque Luffy tem acesso a algumas habilidades interessantes para percorrer o cenário. Mas se estamos a ser completamente honestos, o que vimos não nos pareceu ser suficiente para formar um jogo de grande qualidade. O combate é fraco, a narrativa e as missões que vimos deixaram a desejar, e graficamente está abaixo da média. Mas teve momentos divertidos, e interagir com os piratas é sempre divertido. E isso talvez seja suficiente para os fãs do anime.