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Mighty No. 9

Mighty No. 9

O novo jogo de Keiji Inafune está finalmente disponível, mesmo que não seja tudo aquilo que os fãs desejavam.

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Muitos olharam para Mighty No.9 como o sucesso espiritual da série Mega-Man, porque ambos contaram com a participação de Keiji Inafune. O produtor esteve vários anos na Capcom, antes de abandonar a empresa nipónica para formar a sua própria produtora, Comcept. Este Mighty No.9, financiado através de Kickstarter, era um dos projetos independentes mais esperados dos últimos anos, mas acabou por se arrastar com uma série de adiamentos. O resultado final não é tão bom como esperávamos, mas também não é um desastre completo, como podem ver no texto que se segue.

O mundo de Mighty No.9 está em estado de emergência, resultado do aparecimento de um misterioso vírus informático. Este vírus transformou os robôs outrora amigáveis em máquinas de destruição, e no meio de todo este caos cabe a um novo herói salvar o dia. Beck é o protagonista de Mighty No.9, um andróide que parece não ter sido afetado pelo vírus, e que procura travar a destruição dos robôs, ao mesmo tempo que pretende restaurar a consciência do maior número de robôs possível. É uma estória que se desenrola ao ritmo de um desenho animado de sábado de manhã, com um tom otimista e muito humor infantil.

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Como se esperava, por tudo o que a Comcept mostrou no passado, a jogabilidade de Mighty No.9 tem muito em comum com os Mega-Man clássicos. Vão correr, saltar, e deslizar através de ambiente 2D vibrantes, enquanto disparam projéteis de energia para os inimigos. Se deslizarem através de oponentes enfraquecidos vão sugar o seu XEL, o que oferece um aumento temporário de atributos. Quando a saúde de Beck expira, o protagonista explode e perde uma vida, e se perder todas as vidas, serão obrigados a começar a aventura de início. No fim de cada nível, a vossa prestação será classificada e comparada com a de outros jogadores numa tabela online, motivando repetição para quem quiser pontuações elevadas.

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Depois de atravessarem um curto prelúdio vão encontrar um grupo de cientistas, e é aqui que vão receber a oportunidade de escolherem qual o "Mighty" que vão enfrentar de seguida. Cada boss tem um nível correspondente, que o jogador tem de atravessar antes de enfrentar o último inimigo. Tudo num nível é contextual com o seu boss, desde o ambiente aos oponentes básicos. As batalhas com os bosses seguem a tradição de outrora, no sentido em que apresentam desafios complicados e até frustrantes ao jogador. É o design tradicional de tentativa e erro, que vos obriga a decorar as sequências dos bosses antes de os conseguirem derrotar.

Quando derrotam um boss adquirem as suas habilidades, o que acrescenta variedade à jogabilidade. Esses novos poderes também permitem aceder a áreas secretas, e são um bom incentivo para repetir níveis, mas existe senão. Alguns poderes são devastadores contra alguns bosses, e se por acaso desbloquearem uma habilidade forte contra um boss específico, podem abusá-la para dizimarem o vosso inimigo. Em alguns momentos também vão receber vidas extras, quando o jogo percebe que estão a ter muitas dificuldades num só sítio. É uma escolha de design que retira frustração ao jogo, mas que será mal recebida por puristas do género que procuram uma experiência sem compromissos.

Outro problema com Mighty No.9 é o próprio protagonista, Beck, que nunca nos cativou. A verdade é que parece um clone sem vida e personalidade de Mega-Man, e isso não é suficiente. O mesmo pode ser dito das restantes personagens do jogo, que não conseguem criar qualquer tipo de ligação com o jogador, e no aspeto narrativo, é uma experiência perfeitamente dispensável. Mais aborrecido ainda é o facto de ser obrigatório ouvir todas as conversas mesmos quando estão a repetir um nível.

A campanha é o modo principal de Mighty No.9, mas existem algumas alternativas interessantes, como o EX Mode. Este movo apresenta desafios, para o jogador solitário ou para modo cooperativo, em formato de realidade virtual. Vão enfrentar desafios contra o tempo, e tentar atravessar alguns níveis devastadores. No modo cooperativo também podem tentar competir ao nível da pontuação. Mesmo depois de vencerem a campanha, podem gastar um bom par de horas em EX.

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Mighty No.9 é algo desapontante, sobretudo depois de todo o entusiasmo que gerou. Falta-lhe o charme de outros títulos, e até originalidade, mas é ainda assim divertido. Será particularmente apreciado por fãs de jogos clássicos de plataformas, que podem gastar várias horas com esta aventura. Circulam rumores de uma possível sequela, e a ser verdade, Mighty No.9 é pelo menos uma boa base para a Comcept aprender com os erros e melhorar.

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07 Gamereactor Portugal
7 / 10
+
Batalhas memoráveis com alguns bosses. Cenários variados e com muito conteúdo extra.
-
Beck não é uma personagem muito cativante. Estória pouco interessante. Podem aproveitar-se de algumas habilidades com demasiada facilidade.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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ANÁLISE. Escrito por Kieran Harris

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