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Diablo

Jogos que Marcaram Gerações - Diablo

Olhamos para o jogo da Blizzard que definiu um género.

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Diablo

Já se passaram 22 anos desde o lançamento original de Diablo no PC, mas se olharem para lá das naturais limitações gráficas, a verdade é que o jogo da Blizzard ainda se aguenta bem e é divertido. Bem, quando dizemos "jogo da Blizzard", convém lembrar que Diablo é uma criação de David Brevik e do seu estúdio Condor, que depois de ter sido recusado por várias editoras, acaba por ser assimilado pela Blizzard. Condor tornou-se na Blizzard North, mas foi encerrado em 2005 - a produção de Diablo passou em definitivo para o estúdio principal da Blizzard, onde permanece hoje.

Quando David Brevik pensou no conceito de Diablo, a ideia passava por criar um RPG com combate por turnos, mas a Blizzard acabou por pedir duas mudanças que acabaram por definir a série - combate em tempo real e multijogador. Os jogadores podiam escolher três classes - Guerreiro, Assassino, e Mago - os três arquétipos clássicos -, e depois disso teriam de atravessar uma série de masmorras até encontrarem o próprio Diablo.

Um dos elementos que tornou Diablo revolucionário passou pelo design aleatório de cada nível da masmorra, o que ofereceu grande variedade ao jogo. Somando isso à procura de loot, Diablo criou uma fórmula que incentivou os jogadores a repetirem o jogo com grande frequência.

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Apesar da estrutura repetitiva, a história em si é interessante. Há muito tempo, um grupo de magos conseguiu impressionar Diablo numa Soul Stone, e enterraram-na bem fundo no solo. Em cima desse local, construíram um mosteiro a assinalar o local. Muitos anos depois, o seu propósito acabou por ser esquecido no tempo, e um rei decidiu destruir o mosteiro para construir uma catedral, com catacumbas por baixo. Durante essas construções, Diablo escapou, possuiu o rei, e enchei as catacumbas com todo o tipo de criaturas maléficas. É aqui que entra o jogador, que chega a Tristam com a responsabilidade de salvar o dia.

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E assim, terão de ir descendo através das catacumbas até chegarem ao próprio Diablo, atravessando uma série de bosses clássicos. Um dos fatores mais impressionantes do jogo era a atmosfera, opressiva e macabra. Aliás, fãs de Diablo e Diablo II, apontam para o tom mais colorido de Diablo III como uma das suas principais falhas, comparando com os antecessores.

A acrescentar a essa atmosfera estava a banda sonora e a voz dos atores, ambos de qualidade assinalável. A Blizzard sabe fazer drama, e sabe contar histórias, ainda que sejam histórias previsíveis e cheias de clichés - o que reforça ainda mais a sua capacidade para as contar de forma eficaz. E depois havia o modo online, que permitia que até quatro jogadores enfrentassem as catacumbas em conjunto - embora também pudessem lutar entre si.

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Em 1997 chegou a expansão Hellfire, que introduziu a classe do Monk. Um ano depois, Diablo estreava-se nas consolas com uma versão PlayStation, numa adaptação razoável do grafismo e até da jogabilidade. Também esta versão incluía multijogador, em ecrã dividido.

E claro, não podemos falar de Diablo sem falar do sistema de loot. Existiam dezenas de itens, incluindo armas e armadura, que podiam apanhar ao longo do jogo, que saiam de forma aleatória. Não era um sistema tão expansivo como nos jogos seguintes, até porque o jogo não era assim tão grande - basicamente percorriam a Catedral, as Catacumbas, as Cavernas, e o próprio Inferno.

Embora curto, muitos jogadores sentiram a necessidade de o repetir inúmeras vezes, sempre na busca de melhores armas e armaduras, e assim nasceu um sistema de loot que é ainda hoje uma referência. Quantos jogos já viram referidos como tendo um "sistema de loot estilo Diablo"? O mesmo aplica-se à estrutura de RPG de ação com perspetiva isométrica e masmorras geradas de forma aleatória, que inspiraram muitos jogos também apelidados de "clones de Diablo".

Em resumo, Diablo tornou-se num clássico por vários motivos. A atmosfera pesada, o sistema de loot, a jogabilidade em tempo real que lhe valeu a definição de "RPG de ação", o excelente design das classes e dos inimigos, as masmorras geradas de forma aleatória, e o multijogador. Todos estes componentes resultaram num jogo que viria a inspirar muitos outros, incluindo o próprio Diablo III. Embora superior em muitos aspetos, Diablo III reteve as mesmas bases que o original, e continua a ser um jogo fantástico ainda hoje (os jogadores de Nintendo Switch que o digam).

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Diablo de PC à esquerda, versão PlayStation à direita.

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