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Gravity Rush

Gravity Rush Remastered - Análise PS4

Foi um dos melhores jogos da PS Vita, mas será capaz de manter o mesmo impacto na PS4?

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Gravity Rush foi um dos jogos de lançamento da PlayStation Vita, mas é visto ainda hoje como um dos melhores títulos para a portátil da Sony. Agora, quase quatro anos depois do lançamento original, chega uma versão remasterizada para a PlayStation 4, que se mantém muito fiel ao que foi feito na portátil. O que isso significa? Que o jogo mostra-se datado em vários setores, mesmo que a sua criatividade se mantenha intacta.

Voar pela cidade continua a ser uma delícia. Ou melhor, não é exatamente voar, porque o que Kat faz é planar e deslocar-se para locais específicos. Com um toque do R1 ficam a flutar no ar. Depois apontam para uma direção, voltam a carregar no R1, e serão projetados para esse local. O peso e a física de Kat ajudam muito a criar a sensação de satisfação que o jogo proporciona, um sentimento reforçado pela forma como interage com objetos ou outras personagens. Percorrer a cidade desta forma é um dos pontos altos de toda a experiência, que felizmente não sofre de problemas de câmara. Tivemos quase sempre a noção correta da direção de Kat. A nossa única queixa prende-se com o controlo via sensor de movimentos, que não oferece uma sensação satisfatória. É muito mais fácil e prático utilizar o analógico direito para mover a câmara.

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O sistema de combate também funciona bem e proporciona uma excelente sensação de impacto. Se pressionarem no quadrado quando estão a flutuar, serão projetados com ainda mais força contra o ponto fraco do inimigo. O peso de Kat, ao embater nos seus oponentes, é bastante satisfatório e impede que o combate se torne muito repetitivo, embora seja uma mecânica que funciona melhor quando estão poucos inimigos no ecrã. Como só podem atingir um oponente de cada vez, este sistema pode causar alguma frustração perto do final, quando têm de enfrentar maiores números de oponentes. Era um problema maior na PS Vita, que a nova versão suaviza, mas não o resolve completamente.

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Nem tudo melhorou com a transição da portátil para a consola doméstica. Se na PS Vita Gravity Rush é uma pequena maravilha tecnológica, com um grafismo impressionante para o seu hardware, na PlayStation 4 fica naturalmente aquém das expetativas. A cidade apresenta muitos tons castanhos, com poucas cores ou vida. Existem alguns cidadãos a passear pelas ruas, mas têm tanta personalidade como os bancos em que se sentam. É possível conversar e interagir com algumas dessas personagens, mas são diálogos sem qualquer tipo de substância. Falta vida e dinamismo aos cenários de Gravity Rush.

Se alguns jogos em mundo aberto pecam por excesso (estamos a olhar sobretudo para a Ubisoft), o mundo de Gravity Rush falha precisamente no sentido contrário. Não existe muito que fazer, e são poucos os pontos de interesse. Vão sobretudo participar em variantes de corridas, combates contra grupos de inimigos, e transporte de cidadãos em perigo. E já estamos a contar com os três pacotes de conteúdo extra que acompanham a versão Remastered.

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Tudo isso são elementos que poderiam ter sido mais trabalhados pela Japan Studio, à semelhança da história e da própria Kat. Como tantos outros jogos, a aventura arranca com a protagonista afetada por amnésia. Não sabe como foi parar aquela cidade, quem é, ou como obteve os seus poderes. Tudo questões que o jogo pouco faz por responder. A sua personalidade é também a da típica heróina da animação japonesa: pura, ingénua e com grande sentido de bondade. Existe um certo traço de vaidade que a torna um pouco mais interessante, mas é pouco explorado. Quando o seu objetivo se torna o de encontrar um namorado, a nossa imersão perdeu-se por completo. Não parece o tipo de personagem feminina real, mas a imagem que um homem tem de uma personagem feminina. O que realmente nos cativou em Gravity Rush foi a jogabilidade, e esse campo não nos desiludiu.

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Apesar de todas estas falhas (nenhuma delas grave), o mais importante é que Gravity Rush mantém a magia que tornou o original de PS Vita num título especial. É um jogo adaptado de uma portátil à consola-mãe, e isso tem o seu preço, mas é ainda assim um título que merece ser jogado, sobretudo se não tiveram a oportunidade de desfrutar do original aquando do seu lançamento. E claro, convém não esquecer que a sequela está a caminho, desenhada de raiz para a PlayStation 4, e parece-nos que esta versão Remastered é o aperitivo perfeito para aguçar o apetite.

Trailer de Gravity Rush 2

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08 Gamereactor Portugal
8 / 10
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Voar com a Kat é divertido, Sistema de combate é sólido. É mais fácil perceber o que se passa no grande ecrã.
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A cidade está vazia e sem cor. Falta mais personalidade a Kat. História previsível.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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