Uma face robótica chamada The Sanctum plana perto de nós, envolta numa luz florescente azul. Aparentemente precisamos criar uma "Valorplate" chamada Archo of Rebirth para a nossa personagem, Orin, e só depois seremos capazes de nos tornarmos em Phoenix e atacar uma nova dimensão baseada nos quatro elementos. De início, Orin é um homem enfiado dentro de uma armadura brilhante, mas perto de uma hora de jogabilidade depois, tornou-se numa mulher - ainda que a sua voz continue grossa. Depois disso, Orin tornou-se novamente num homem, guiado por The Sanctum, que está para Orin como Cortana está para Master Chief.
Confuso? Nós também, porque a mitologia de Godfall não faz sentido nenhum. É um mundo cheio de nomes, raças, fações, itens, e tipos de inimigos bizarros, que o jogo atira para cima do jogador durante as primeiras horas de jogo. Quase que nos distraiu do quão monótono estava a ser Godfall. Quase.
Godfall é basicamente um RPG de ação à base de loot, uma espécie de Diablo, mas jogado com uma perspetiva na terceira pessoa em cima do ombro, e ação mais direta. A jogabilidade passa-se em corredores bastante lineares, é tudo muito focado em combates e na evolução da personagem. O grande objetivo? Ganhar poder suficiente para derrubar Macros, o irmão de Orin, que pretende tornar-se um deus a qualquer custo, mesmo que isso custe a destruição de todo o reino.
As batalhas são bastante simples, com um esquema de jogabilidade tradicional: ataque rápido com R1, ataque forte com R2, desvio com o X, e escudo com o L1. Um elemento particularmente positivo em relação ao combate é o peso das personagens e o impacto do golpes, o que dá uma excelente sensação à jogabilidade. O movimento é menos positivo, e até algo restritivo - nem seque pode saltar -, mas funciona que baste, sobretudo considerando o quão pesada parece ser a personagem.
Embora competente, a jogabilidade não é suficiente para afastar a ideia de que estamos a jogar algo mais do que uma demo técnica para gráficos. O mundo, com todo o seu brilho e detalhe, não parece credível, a história é confusa, e as personagens não são interessantes. Em cima disso, os inimigos são incrivelmente monótonos e repetem-se vezes sem conta - nem os bosses conseguem oferecer um desafio imaginativo.
Mas, tecnicamente, é um jogo impressionante. Como quase todos os jogos na PS5, Godfall oferece um modo resolução, a 4K nativo, e um modo de desempenho, a 60 frames por segundo mas com uma resolução mais baixa. E como em praticamente todos os jogos que testámos até aqui na PS5, preferimos com alguma vantagem o modo desempenho, graças à fluidez de jogo que transmite. Nesse aspeto é realmente impressionante, embora seja tudo, infelizmente, fogo de vista sem grande substância. É o pior jogo do lançamento da PlayStation 5, na nossa opinião, e não conseguimos mesmo encontrar justificação para os € 79,99 que exige. Infelizmente parece-nos um jogo que rapidamente cairá no esquecimento dos jogadores, e que só teve alguma atenção porque é um dos títulos de lançamento da PlayStation 5.