Depois do falhanço que foi o lançamento original de Final Fantasy XIV, tememos que o seu re-lançamento enquanto A Realm Reborn fosse outro falhanço. Felizmente a Square fez muitas correções, e depois de inúmeras horas enquanto um Warrior of Light no deserto de Thanalan, na floresta de Gridania, e nas montanhas nevadas de Ishgard, ficámos completamente rendidos ao MMORPG da Square Enix. O jogo evoluiu também imenso desde o lançamento, e agora que recebeu a segunda grande expansão, Stormblood, está melhor que nunca.
Stormblood começa pouco depois dos eventos de Heavensward, a expansão anterior, e inclui as mesmas personagens. Cid, Alisaie, e Lyse são novamente os destaques, embora Lyse tenha mais importância nesta expansão, considerando que os eventos decorrem na sua terra natal. O foco da estória está na libertação de Ala Mhigo, perto de Gyr Abania, e o enredo não tem problemas em atirar o jogador para o meio da ação bem cedo. Quando derem por isso, serão o bastião principal de uma resistência em plena guerra civil.
A expansão é muito concentrada em estória, com longas sequências cinemáticas e vários atores a darem o seu contributo. Isto aplica-se também às missões, que funcionam em contexto com os eventos narrativos. Desde que nao esperem uma estória tão forte como as de outros Final Fantasy, existem aqui várias personagens interessantes e eventos emocionantes para prender o jogador. Apreciamos o esforço de Final Fantasy XIV em manter um MMORPG tão focado no jogador, e não apenas na jogabilidade online.
Num primeiro impacto, podem achar que algumas das novas áreas são desertas ou abandonadas, mas isso não é de todo a realidade. Os Peaks, por exemplo, não são um grande espetáculo visual, mas o detalhe da área vai tornando-se evidente com o passar do tempo. Depois de várias horas de jogo terão apreciado algumas áreas de uma beleza impressionante. O detalhe das árvores de outono, os campos depois de batalhas, os raios de sol que iluminam o horizonte... Final Fantasy XIV é um jogo lindo, e os cenários de Stormblood não são exceção. As novas classes, Samurai e Red Mage, têm também alguns efeitos espetaculares, que vão chamar a atenção de qualquer jogador que passe perto.
Essas duas classes são divertidas e eficazes, mas entre os Samurais e os Red Mages, preferimos o primeiro. Para aplicar quantidades impressionantes de dano, o Samurai tem de combinar uma série de movimentos, que culminam em golpes finais poderosos. Quando ao Red Mage, tem acesso a magias negras e brancas, além de movimentos com espada. Mais importante ainda, as duas classes pareceram-nos equilibradas, embora isso só se torne realmente evidente com o passar das semanas.
Stormblood é uma expansão bastante boa, mas ainda sobre com algumas das falhas do jogo base. Entre capítulos terão de atravessar longas sessões repetitivas (grinding), e a interface continua a ser péssima. A mistura entre sequências cinemáticas com voz, e outras sem voz, também continua a criar momentos que quebram a imersão, e acrescentam alguma inconsistência ao jogo. Nada disto deve impedir-vos de desfrutar de Stormblood, mas é lamentável que estes problemas persistam depois de vários anos.
Final Fantasy XIV já passou por muito, e atravessou inúmeros problemas, mas Stormblood é precisamente o testamento do quanto o MMORPG da Square teve de ultrapassar, e o quão longe chegou. Visualmente é um dos MMORPG mais apelativos do mercado, e existem vários elementos que funcionam bem na criação de uma experiência empolgante. A continuar assim, desejamos que Final Fantasy XIV perdure por mais e bons anos.