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Fairy Tail

Fairy Tail

Baseado no popular anime, está na hora de explorar o mundo de Fairy Tail.

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Se são fãs de Fairy Tail, o famoso anime e manga, então temos boas notícias para vocês: as personagens que adoram estão todas presentes e na sua melhor forma nesta adaptação. Para quem não estiver tão familiarizado com a série e o seu mundo, como eu, preparem-se para perder algum tempo a ler.

Fairy Tail consegue captar a magia do anime e em alguns momentos, especialmente durante os momentos de história, parece que estamos a ver a série. A história começa com uma batalha que nos ensina as mecânicas do sistema de combate por turnos e introduz as personagens principais. De seguida, a narrativa foca-se no grupo de personagens da guilda Fairy Tail, localizada em Fiore. Ao regressarem ao continente anos depois, descobrem que a sua guilda voltou à estaca zero. Este início estabelece o tema de reconstrução e conexão do jogo, à medida que reencontramos personagens e melhoramos a fama do nosso grupo de magos. Em alguns aspetos, em especial nos seus cenários, Fairy Tail recorda-me títulos como Atelier Lydie & Suelle: The Alchemists and the Mysterious Paintings (também desenvolvido pela Gust)

As personagens principais são as mesmas do anime: Natsu, um jovem forte e confiante capaz de utilizar magia de fogo e derrotar dragões (e sim, existem dragões!). A outra protagonista é Lucy - que utiliza magias espirituais e roupas demasiado sensualizadas. E aqui surge o meu primeiro problema com o jogo.

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Não quero ser um puritano, mas não fiquei confortável com a representação de algumas das personagens femininas do jogo. Eu sei que é fortemente inspirado no material original, mas para mim, as sequências de combate são especialmente desconfortáveis. Deixem-me apresentar um exemplo, como Ezra, uma das personagens principais, uma guerreira poderosa de cabelo vermelho, que ao usar magias, a sua armadura vai revelando mais partes do seu corpo. Outro exemplo: no início da campanha, Ezra perde uma encomenda, que descobrimos mias tarde que se trata de roupa interior. Eu sei que algumas pessoas adoram este tipo de conteúdo e apreciam o seu sentido de humor, mas para mim, não resultou.

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Regressemos ao jogo. A história e o número de personagens jogáveis são impressionantes. Não estamos limitados apenas a Lucy e Natsu, e podemos contar também com Happy, o gato falante, e outros protagonistas que se mantêm presentes ao longo da campanha. A narrativa foi um destaque para mim. Apesar de fazer parte de uma série com vários anos de existência, o jogo faz um ótimo trabalho ao apresentar a história a novos jogadores, com uma enciclopédia que reúne todas as informações sobre a série. Este auxilio melhorou muito a minha experiência com o jogo.

Também gostei da evolução das personagens e as interações entre o grupo. No início da campanha, descobrimos que o pai de Lucy faleceu. A forma como a jovem maga explica que eles não eram próximos, mas que não conseguia não se sentir triste foi muito bem-feita. O problema que tive não foi com a história ou a prestação dos atores, mas sim com a aposta em áudio japonês com legendas em inglês. Para mim, isso traduziu-se numa maior dificuldade em conectar-me com as personagens devido à barreira linguística e à montanha de texto que o jogo nos força a ler. Este é um sentimento estranho porque não me importo de o fazer em jogos como Yakuza, que também estão em japonês. Penso que este problema originou na quantidade de histórias paralelas, de eventos passados e da presença forçada de legendas que tornaram a experiência mais cansativa. Isto é um problema pessoal e não afetará a nota, mas tinha de o mencionar.

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Foquemo-nos agora na jogabilidade. As batalhas foram provavelmente a minha parte favorita do jogo (para além da história), com um sistema por turnos e por grelhas, onde ataques podem atingir inimigos em posições diferentes - um pouco como Enchanted Arms, mas sem a possibilidade de movermos as nossas personagens. Os sistemas foram divertidos e lógicos, com opções de ataque, defesa e magia.

Os ataques mágicos são espetaculares, apresentados através de uma cutscene, mas tornam-se repetitivos ao fim de algum tempo. Com o sistema de evolução, temos acesso a novos poderes e a melhorias nas magias já aprendidas. Para além das magias, podemos combinar ataques entre personagens e criar uma sequência destrutiva de poderes e habilidades. Os elementos funcionam perfeitamente em conjunto e dão ao sistema de combate alguma profundidade.

Outro destaque é a região de Fiore. Encontramos uma cidade, onde está localizada a guilda, com um design espetacular e com um estilo clássico de fantasia. Adorei explorar os castelos e tudo o que o mundo tinha para me oferecer! Os cenários são muito vivos, com um ambiente vibrante, repleto de vida e movimento proporcionado pelos NPCs com quem podemos interagir e ajudar.

No final, Fairy Tail é um JRPG sólido com uma nova boa história, e eu gostei particularmente da aposta na amizade e lealdade entre os membros da guilda. Também gostei da luta pelo ranking e do processo de transformação da guilda à medida que recuperava a sua glória, que acabou por lembrar-me jogos como My Time At Portia. O sistema de combate e de magia também são destaques, como seria de esperar. Dito isto, adorava ter vozes em inglês e fiquei muito desconfortável com a representação de algumas personagens femininas. Se são fãs da série, irão retirar mais desta experiência, mas é um jogo sólido e divertido para quem gosta de JRPG.

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07 Gamereactor Portugal
7 / 10
overall score
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