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Enter the Gungeon

Enter the Gungeon

O que nos espera em Gungeon? Armas e morte... mas sobretudo morte.

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Enter the Gungeon tem muitos elementos que recentemente foram atribuídos ao género roguelike, mas no seu coração é um shooter com perspetiva de topo e mecânicas de disparos com os dois analógicos. É uma combinação de géneros, encaixada numa estrutura de masmorras que funciona bem, e que será um desafio exigente para os mais corajosos.

Como o título deixa bem evidente, Enter the Gungeon é um jogo com muitas masmorras e armas. Nem todas são boas - a maioria mal dá para os gastos -, mas existem algumas opções que beneficiam de um design soberbo, e que vão proporcionar-vos com alguns sorrisos enquanto desbastam inimigos. Vão encontrar armas mais tradicionais, como metralhadoras, e alternativas mais criativas, como a arma de raios que ocasionalmente atira patos. É um pouco ridículo, mas muito divertido, e o incentivo de continuar a percorrer masmorras para encontrarmos novas armas é tão válido como qualquer outro. Aliás, o grande objetivo é alcançar o fim do jogo e desbloquear uma arma capaz de 'matar' o passado. Como dissemos, é ridículo.

Embora Enter the Gungeon nos tenha causado alguns momentos em que arrancámos cabelos em frustração, a maioria do nosso tempo com o jogo foi uma delícia, sobretudo porque os controlos são intuitivos e a jogabilidade está bem afinada. Também gostámos do estilo visual peculiar, o design geral do jogo que cola áreas de forma aleatória, e os inimigos (incluindo Bosses) que acrescentam muita vida e humor ao jogo.

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Normalmente não costumamos mencionar os tutoriais, mas neste caso vale a pena deixar uma referência. A forma como o jogo cobre as mecânicas base é fantástica, introduzindo o jogador de forma suave ao mundo de Enter the Gungeon, mas podiam ter ido um pouco mais longe. O jogo tem vários sistemas obscuros, que só irão perceber com o passar do tempo, e pensamos que a experiência teria saído beneficiada se o jogo fosse mais claro sobre estes pontos. Um exemplo: vão ganhar créditos sempre que matam um boss, e esses créditos podem ser usados em sessões de jogo subsequentes, mas só passado várias horas percebemos que era necessário resgatar uma personagem para gastarmos os créditos.

Como não é um jogo fácil, podem demorar um pouco até começarem a perceber o charme de Enter the Gungeon, e quando dizemos que não é fácil, na verdade queremos dizer que por vezes é mesmo muito exigente. Embora os projéteis inimigos não sejam excessivamente velozes, e a opção para rolar para fora de perigo funcione bem, eventualmente vão começar a enfrentar muitos inimigos, e como não existem muitas formas de recuperar saúde, a morte nunca está longe. A maioria dos oponentes é interessante, e foram animados soberbamente, e à exceção de alguns inimigos mais poderosos, não terão dificuldades para derrotar adversários isolados. O problema surge quando são confrontados com grandes números, ou com combinações perigosas de tipos de inimigos.

Pelo menos terão muitas opções interessantes para lidarem com os inimigos, mas isso também nos leva para uma das maiores falhas de Enter the Gungeon. As armas neste jogo são simultaneamente o seu ponto mais forte e mais fraco. Existem algumas opções no arsenal que são fantásticas, mas nunca conseguimos jogar com elas tanto quanto desejaríamos. É algo frustrante que grande parte do sucesso de uma passagem pelo jogo resulte da sorte do jogador na qualidade de armas que surgem. Gostaríamos que o jogo fosse mais coerente e consistente na forma como disponibiliza armas ao jogador.

Além de um número considerável de armas e inimigos que podem desbloquear, também vão encontrar personagens que precisam de ser resgatadas. Quem tiver um comando a mais também pode juntar-se à 'festa', num modo cooperativo para dois jogadores. Enter the Gungeon é um jogo que começa de forma algo ingrata, mas os segredos, e a vontade de desbloquear mais conteúdo, incentivou-nos a continuarmos a jogar durante horas a fio.

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Reconhecemos e apreciamos que a intenção seja fazer de Enter the Gungeon um jogo difícil, mas em certos pontos parece-nos que a Dodge Roll devia ter sido um pouco mais simpática com os jogadores. Deve existir uma diferença entre desafio, dificuldade, e pura frustração causada por design. Para sorte da produtora, os inimigos, os ambientes, e os bosses que nos causam todos estes perigos, são encantadores. Esta dificuldade está também ligada com a natureza roguelike do jogo, onde se encaixa também a morte permanente da personagem.

Se o jogo fosse um pouco menos exigente, teria sido uma experiência ainda mais interessante. Enter the Gungeon faz muitas coisas positivas, e a atenção ao detalhe da Dodge Roll não deve cair em saco roto, mesmo considerando a frustração ocasional. O jogo foi construído, na sua maioria, com grande precisão, e as mecânicas são soberbas. Se apreciam jogos de ação mais clássicos, e o género roguelike, não há nenhum motivo para que deixem escapar Enter the Gungeon.

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08 Gamereactor Portugal
8 / 10
+
Muito conteúdo para explorar e desbloquear. Controlos refinados. Estilo visual fantástico. Cenários dinâmicos.
-
Pode ser demasiado aleatório com as armas. Por vezes é demasiado frustrante.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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