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Dragon Ball Z: Kakarot

Dragon Ball Z: Kakarot

Revisitámos a história de Dragon Ball Z, como nunca a vimos num videojogo.

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Z é normalmente a série Dragon Ball que mais costuma ser recriada nos videojogos, o que é natural, considerando que foi muito mais popular que a série original e que GT. Claro que existem os novos episódios da série Super, mas DBZ continua a ser a que a esmagadora maioria melhor conhece. Mas, com tantas recriações, nunca houve um jogo que contasse a história de princípio ao fim com todo o pormenor que ela merece. DBZ: Kakarot veio corrigir essa falha, com um misto entre combate e RPG em mundo aberto.

Ao longo da aventura irá reviver as quatro sagas principais de Dragon Ball Z, nomeadamente Saiyans, Freeza, Androids, e Boo. Já vimos batalhas destas sagas em múltiplos jogos, mas Kakarot vai mais longe ao incluir uma série de eventos intermédios, além de realmente apresentar diálogos e sequências de vídeo que são uma recriação perfeita do que vimos na televisão. Até vários pormenores que normalmente são ignorados, como os fatos que estão a usar e o contexto, são recriados em Kakarot.

Existem alguns atalhos aqui e ali, que podem tornar a história ligeiramente mais confusa para quem nunca viu a série, mas verdade seja dita, este jogo também não é para eles, mas sim para os maiores fãs. São esses que irão apreciar as muitas referências espalhadas pelo mundo de jogo e pelas missões secundárias, com referências a momentos e personagens da série Z, mas também do Dragon ball original. Se essas referências são uma deliciosa, os momentos de jogabilidade são menos interessantes, resumindo-se a ir buscar itens ou a enfrentar o mesmo tipo de inimigos fracos.

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Existem momentos que vão certamente deixar um sorriso nos fãs, como a missão onde Goku e Piccolo tornam os seus testes de condução numa prova excessivamente competitiva. Dragon Ball Z: Kakarot é também um jogo bastante longo, acima das 30 horas, mas o jogador tem boa liberdade de escolha na forma como aborda o conteúdo, já que as missões secundárias estão quase sempre disponíveis. E embora seja em muitos aspetos um RPG, o jogo tem o cuidado de nunca 'prender' conteúdo em níveis, ou seja, raramente incentiva "grind" para evoluir a personagem.

A componente de exploração e aventura é uma grande parte do jogo, mas o principal atrativo são as batalhas. Se espera encontrar algo ao nível do fantástico FighterZ, vai ficar francamente desiludido, porque não é esse o objetivo de Kakarot. O jogo não está preocupado com grandes combos, e nem sequer inclui um modo multijogador, completamente ignorando a vertente competitiva. Não, aqui o objetivo é o de contar a história de Dragon Ball Z de forma tão fiel quanto possível, e para esse propósito o sistema de combate cumpre. Essencialmente é uma réplica de vários sistemas que vimos no passado, onde a personagem jogável está focada no ecrã, e o adversário está mais longe, tudo num plano 3D total que inclui voo e até combates debaixo de água.

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Um botão é responsável por golpes físicos e outro toma conta dos ataques de energia, mas também pode defender-se, desaparecer e reaparecer no momento certo para evitar um golpe contrário, voar a grande velocidade, recuperar energia, transformar-se, e claro, executar uma série de ataques especiais, como o clássico Kamehameha. Inicialmente é um pouco confuso, ainda que não seja difícil, mas quando apanhar o jeito será capaz de participar em batalhas entusiasmantes, pelo menos do ponto de vista visual. O facto de ser o mesmo sistema para todas as personagens torna o combate repetitivo - aliás, todo o jogo é bastante repetitivo -, mas a inteligência artificial começa a oferecer um desafio mais razoável depois de algumas horas, tornando os combates um pouco mais interessantes.

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Vários elementos contribuem para a eficácia do jogador no combate, como o nível do jogador, a sua relação com outras personagens (é um sistema paralelo), as comidas que ingeriu (pode pescar e cozinhar uma série de pratos), e o tipo de itens que tem equipados para usar nas batalhas. Mas tudo isto acaba por ser algo irrelevante, porque basta ter itens curativos para que tudo o resto se torne obsoleto, e existem demasiados itens de cura.

Já referimos que o jogo conta a história quase por completo, mas nem sempre da melhor maneira. Enquanto uma grande parte é contada através de sequências animadas espetaculares, outras acontecem na forma de diálogos, e alguns até são apenas mostrados com imagens paradas da série televisiva. É um processo que acaba por criar uma grande oscilação na qualidade da história, mas supomos que seria extremamente difícil animar a série por completo. Uma nota contudo para a presença de músicas originais e de vozes em inglês e em japonês.

Dragon Ball Z: Kakarot é um jogo feito por fãs, para fãs, e nota-se a paixão que a equipa de produção tem pela saga. Pedia-se mais algum tempo de produção, para que alguns problemas fossem eliminados ou polidos, como as falhas de fluidez nos momentos de exploração, a inexistência de sincronização entre falas e animações faciais, e a câmara defeituosa. Mas, mesmo com defeitos e muita repetição, Kakarot é um jogo que podemos facilmente recomendar para grandes fãs da saga.

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07 Gamereactor Portugal
7 / 10
+
Sistema de combate cumpre com as exigências. Recriação impressionante da série. Banda sonora oficial. Vozes inglesas e japonesas.
-
Jogabilidade RPG é repetitiva. Alguns problemas de fluidez. Câmara deixa a desejar.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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