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Crash Bandicoot 4: It's About Time

Crash Bandicoot 4: It's About Time

Depois dos remakes, Crash triunfa com uma aventura completamente nova.

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Crash Bandicoot: Nsane Trilogy e Crash Team Racing Nitro-Fueled, além de serem produtos de boa qualidade, serviram também dois propósitos específicos: reaproximar Crash Bandicoot dos jogadores, e oferecer feedback à Toys for Bob para um jogo inteiramente novo. É que Crash Bandicoot 4: It's About Time já não tem a 'desculpa' de ter o esqueleto de jogos antigos, tem de apresentar qualidade e conteúdo correspondentes a jogo de 2020. Felizmente podemos já avançar que esse objetivo foi cumprido.

Algumas das melhores mudanças são evidentes logo desde início, nomeadamente o grafismo e a atitude. Crash Bandicoot 4 é um jogo que transborda de cor, e que beneficia de uma grande atenção ao detalhe, acompanhada por animações muito vivas. É incrível a personalidade que o jogo apresenta no ecrã, cheia de humor, de vida, e não apenas graças a Crash, mas a todo o elenco.

Esta energia não se aplica apenas às personagens, à história, e ao grafismo, mas também à jogabilidade. Longe vão os tempos de correr na direção da câmara enquanto é perseguido por um pedragulho gigante, ou de percorrer corredores tão lineares que quase induzem claustrofobia. Nota-se que o estúdio dedicou tempo ao design dos níveis, e que teve atenção para os manter desafiantes de várias formas diferentes, sempre alternando perspetivas da câmara, como tem sido habitual na saga.

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Na verdade temos de agradecer a Neo Cortex e a Nefarious Tropy por terem aberto portais para outras dimensões no final de Crash Bandicoot; Warped, já que isto justifica uma grande variedade de cenários ao longo do jogo. De praias a selvas, passando por cavernas de piratas e fábricas futuristas, há de tudo um pouco - incluindo novas ameaças. À medida que avança pelo jogo as áreas tornam-se maiores e mais complexas, com novos perigos ambientais e inimigos mais poderosos.

Isto leva-nos ao novo modo moderno, que basicamente garante vidas infinitas ao jogador. Inicialmente duvidámos desta decisão, mas acabámos por a compreender, porque só assim é possível realmente experimentar com certas ações e explorar o cenário como ele merece - e será frequentemente recompensado por sair do caminho mais óbvio, seja com uma gema escondida, uma referência divertida, ou uma interação inesperada com algum objeto ou item.

O facto de ter vidas infinitas não significa que seja um jogo fácil, longe disso, sobretudo se quiser completar tudo. Para conseguir todas as gemas e fatos, por exemplo, o jogo requer que parta todos os caixotes de um nível, e que não morra mais de três vezes. E se conseguir terminar o nível sem morrer uma única vez será recompensado com algo especial. Ou seja, Crash Bandicoot 4 é um jogo relativamente acessível para jogadores casuais, mas apresenta desafios sérios para os mais dedicados.

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Entre os colecionáveis para os jogadores mais dedicados estão Flashback Tapes, que são na verdade níveis especiais que pode desbloquear. Digamos apenas que estes níveis representam as experiências que Cortex realizou em Crash no passado, e que passar por elas requer grande destreza e habilidade. Ou seja, não falta contudo extra, e ainda nem mencionámos as máscaras e as várias personagens jogáveis.

Crash Bandicoot 4: It's About Time

Cada máscara equivale a uma mecânica de jogabilidade especial, construídas para secções específicas de vários níveis. Enquanto a máscara Lani-Loli permite fasear de realidade certos objetos, a máscara Kupuna-Wa abranda o tempo, e a Ika Ika muda a gravidade. Existem outras para descobrir, com vários efeitos engraçados que ajudam a variar ainda mais a jogabilidade, mesmo considerando a restrição com que podem ser usadas.

Quanto às personagens jogáveis, existem várias, mas também com algumas restrições. Crash e Coco estão disponíveis em todos os níveis regulares, mas depois existem níveis específicos para personagens específicas, como Dingodile, Tawna, e Cortex. Estes níveis tiram partido das particularidades de cada personagem, embora pudessem ser mais variados, porque em várias ocasiões é necessário repetir as mesmas secções - ou parte delas - com Crash ou Coco.

Em termos de controlos, parece-nos que Crash Bandicoot 4: It's About Time podia ser um pouco mais preciso. Existem alguns problemas na percepção da profundidade, e os controlos não são tão suaves e imediatos quanto gostaríamos, sobretudo num jogo de plataformas rápido. Isto levou a algumas mortes que nos pareceram mais culpa dos controlos do que nossa, o que pode resultar em momentos de desnecessária frustração.

Mesmo com estas falhas e esses momentos de alguma frustração, apreciámos imenso o tempo que passámos com Crash Bandicoot 4: It's About Time, e estamos ansiosos para tentarmos completar a 100% mais alguns níveis. É um jogo extremamemente rico em excentricidade, momentos divertidos, design inspirado, colecionáveis, e cor, e isso parece-nos exatamente o que Crash Bandicoot 4 devia ser. Controlos melhores, e maior variedade nos níveis específicos das personagens teria sido bom, mas de resto, que venha uma quinta aventura!

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08 Gamereactor Portugal
8 / 10
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Níveis variados e com estilo visual distinto. Vários detalhes divertidos. Boas sequências de jogo e de história.
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Os controlos podiam ser mais precisos. Reciclagem de alguns níveis.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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