No passado já tínhamos tido a oportunidade de jogar Control, logo tínhamos uma boa noção do que íamos encontrar nesta nova demo. Trata-se precisamente da demo que a Remedy vai mostrar durante a E3, e que permitirá aos visitantes desfrutarem de uma das missões do jogo numa versão muito próxima de concluída - Control sai a 27 de agosto.
Esta missão chama-se Directorial Overrride, e será a terceira missão que vão encontrar na campanha de história. Como se trata de uma versão próxima da final, isso significa que o jogo já está devidamente equilibrado em termos de habilidades disponíveis, o que neste caso representa uma limitação em relação ao que vimos noutras demos. O que vimos, porém, foi suficiente para conhecermos novas personagens, e para aprendermos mais um pouco sobre o estranho mundo de Control.
Em Control vão jogar com Jesse Faden, a nova diretora do Federal Bureau of Control, e todo o jogo decorre dentro de um prédio cheio de mistérios e elementos sobrenaturais chamado The Oldest House. O prédio em si tem um design brutalista, mas o que vão encontrar vai muito além de um único estilo, com salas deformadas, dimensões paralelas, e eventos inexplicáveis. Nesta missão em específico recebemos instruções para reparar os geradores que dão energia ao edifício, e durante algum tempo, Control portou-se como um jogo de ação na terceira pessoa banal. Quando explorámos um pouco mais a fundo, contudo, vimos um outro lado de Control, um lado bem menos genérico do que os primeiros minutos mostraram.
Durante os nossos momentos de exploração conhecemos Arish, um dos homens encarregues de limpar o edifício, mas o que estava a dizer não fazia qualquer sentido. Foi um encontro estranho, mas entre uma série de disparates e afirmações bizarras, conseguimos instruções para onde nos devíamos deslocar a seguir.
Para ligarmos os geradores tivemos de ultrapassar alguns puzzles ligeiros depois de explorarmos um pouco, mas foi então que chegou o primeiro momento de combate. Com acesso a uma pistola e a uma habilidade que lhe permite arremessar objetos, destruímos os inimigos, embora não com a facilidade de outros jogos. Tanto a pistola, como a habilidade, estão presas a um contador, que indica quanto tempo têm de esperar entre cada utilização.
É algo que estamos habituados a ver em termos de habilidades, mas não para pistolas ou armas de fogo, embora esta pistola seja algo diferente. Trata-se de um "objeto de poder", e vão encontrar vários durante a campanha, todos aparentemente ligados ao que está a acontecer no prédio. O mais curioso é que esta arma só obedece a Jesse, e esse tipo de poder foi essencial para a sua eleição enquanto diretora do Bureau.
A Remedy pretende que os jogadores tenham um comportamento agressivo, e isso é evidente pela forma como abordam a saúde. Em Control não existe regeneração automática ou coberturas. A única forma de recuperar saúde é eliminando inimigos, e isso significa que o risco faz sempre parte da jogabilidade.
Durante uma conversa com um dos colegas, Jesse recorda um evento traumático da sua juventude, revelando também que conseguia usar um projetor para aceder a outros mundos. Numa dessas visitas, algo aconteceu, algo que Jesse classifica como assuntos inacabados. Jesse tem claramente um motivo pessoal para estar ali, mas estas sequências não foram apenas interessantes a nível narrativo. A Remedy está a usar um estilo de realização muito peculiar, com planos de câmara muito próximos de Jesse quando está a ter pensamentos ou a falar consigo própria. São cenas intensas e altamente cinemáticas, algo que estúdio já mostrou saber fazer bem em Alan Wake e Quantum Break.
O mundo de Control foi desenhado com uma estrutura a lembrar o género metroidvania, no sentido em que vão desbloquear habilidades que darão acesso a áreas do mapa a que anteriormente não conseguiam aceder. O jogo também não terá uma estrutura linear, ainda que existam capítulos que eventualmente irão levar ao único final. Durante a nossa visita, a Remedy informou que, pelos seus cálculos, a campanha deve durar cerca de 15 horas à maioria dos jogadores.
O jogo terá uma série de missões secundárias, bastante conteúdo secreto, e vários incentivos para o jogador explorar o edifício. Numa dessas nossas incursões por caminhos secretos, encontrámos uma passagem para outra dimensão, uma dimensão formada por cubos cinzentos, que eventualmente nos levaram a um novo objeto de poder - o cavalo de um carrossel. Quanto a repetições, a Remedy deixou claro que Control tem apenas um nível de dificuldade, e que não terá qualquer New Game+. Em vez disso, o jogador é incentivado a continuar a jogar o seu save mesmo depois dos créditos, até porque estão previstas expansões para o jogo.
Control não tem a expetativa de re-inventar a roda, e nós também não lhe pedimos isso, mas parece ter uma mistura curiosa de ingredientes para formar uma aventura interessante. Estamos intrigados com esta história e este mundo, e a jogabilidade, ainda que não pareça inovadora, é sólida e empolgante o suficiente. Dia 27 de agosto vamos certamente descobrir que mais tem Control para oferecer.