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Borderlands 3

Borderlands 3

É mais do mesmo, mas por vezes, basta isso.

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Demorou sete anos, mas Borderlands 2 recebeu finalmente a tão aguardada sequela. Apesar do tempo que separa os dois jogos, Borderlands 3 não é uma reinvenção da saga, e nem sequer o tenta ser, mas introduz vários melhoramentos importantes enquanto mantém o espírito grosseiro e juvenil que tem caracterizado a série. Borderlands 3 é mais amplo, mais absurdo, e mais ambicioso do que a saga alguma vez o foi, e isso chegou-nos.

Borderlands 3 arranca cerca de quatro anos depois dos eventos de Tales from the Borderlands (o jogo da Telltale Games), e coloca uma nova geração de Vault Hunters ao dispor do jogador. O objetivo é encontrar um mapa que revela a localização de vários Vaults escondidos ao longo da galáxia, mas como deve calcular, vai encontrar muita resistência pelo caminho. Com Handsome Jack fora da equação, desta vez o papel de antagonista cai sobre Troy e Tyreen, dois gémeos que comandam um culto de bandidos. Esta dupla nunca chegou a ser tão interessante ou carismática quando Handsome Jack, mas cumpriu bem o seu papel.

As quatro personagens disponíveis são Amara, FL4K, Zane, e Moze, cada uma com as suas características e três tipos de especializações que pode evoluir. Amara é uma excelente combatente de curto alcance; Zane tem acesso a clones e barreiras defensivas; FL4K tem um exército de pequenas mascotes ao seu dispor; e Moze pode guiar um poderoso mech. A personagem que escolher vai ditar o seu estilo de jogo durante a aventura, por isso estude-as bem e escolha com convicção.

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No nosso caso essa escolha recaiu sobre FL4K, uma boa escolha para quem está a jogar sozinho, já que as suas mascotes podem reanimá-lo. Pode ter uma de três criaturas consigo, cada uma com propriedades únicas, e se seguir por esse caminho de progresso com a personagem, pode desbloquear versões mais poderosas de cada mascote.

Como sempre, tiroteios e recolha de loot foram o pilar da experiência de Borderlands, e desta vez o número de armas que pode apanhar é um verdadeiro absurdo - existem mil milhões de armas diferentes no jogo. Uma boa fatia destas armas inclui um disparo secundário, o que garante grande profundidade de abordagem ao jogo. No nosso caso, uma espingarda de assalto que também funcionava como lança-granadas, acabou por ser a escolha predileta, mas também gostámos da caçadeira que podia alternar entre propriedades tóxicas ou incendiárias. Uma nova função é uma pontuação geral de cada item apanhado, o que ajuda a distinguir o trigo do joio.

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Desta vez também irá abandonar Pandora, o planeta que tem servido de base para Borderlands, e irá explorar três outros mundos. Promethea é a casa da Corporação Atlas, com um ambiente pesado e enormes torres fluorescentes; Eden-6 distingue-se como uma zona pantanosa, onde irá encontrar estranhas criaturas; e Athenas é um planeta com templos rodeados de zonas verdejantes.

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Também precisamos de deixar uma nota positiva para as missões secundárias, já que uma grande parte delas mostrou um nível de atenção e cuidado semelhante às missões principais de história. Não só apresentam situações interessantes e variadas, como também incluem algumas das melhores piadas e momentos cómicos do jogo.

Borderlands sempre foi uma saga que incentivou à cooperação entre jogadores, e este capítulo não é exceção. Vai encontrar dois novos formatos para o co-op, um que é totalmente cooperativo, e outro que inclui alguns elementos de competição. Quem estiver a jogar no modo cooperativo já não terá de dividir espólios, já que cada jogador tem acesso ao seu próprio sistema individual de loot, e melhor ainda, o jogo agora adapta os inimigos aos níveis do jogador, o que significa que uma diferença de níveis entre dois jogadores já não será um impedimento. Já o novo modo "coopetition" está mais próximo do modo tradicional dos outros jogos, com loot dividido entre os participantes e sem ajustamentos de nível.

Graficamente, Borderlands 3 apresenta um estilo muito semelhante ao que tem sido habitual na série, uma técnica de "cel-shading" que confere um aspeto mais cartoonesco ao jogo. Existem, contudo, várias melhorias técnicas, em temos de iluminação, detalhe, texturas, e objetos destrutíveis. Infelizmente não é um jogo livre de problemas, pelo menos nas consolas. A jogar numa PS4 regular encontrámos problemas de fluidez, loadings enormes, e menus lentos. No PC a experiência foi bem mais suave, mas fica o aviso para quem estiver a jogar nas consolas, sobretudo as PS4 e Xbox One base.

Alguns dos problemas dos jogos anteriores também regressaram nesta sequela, como a condução meio trapalhona. Quem está habituado a Halo, ou aos outros Borderlands, pode sentir-se à vontade para conduzir com os dois analógicos, mas se não é o caso, pode ter de passar por um período de adaptação à condução. Também ficámos desiludidos com a divisão do mundo em áreas, separadas por enormes loadings. Com o que se faz ao nível de mundos abertos hoje em dia, esperávamos mais de Borderlands 3 neste aspeto.

Embora apresente algumas falhas, incluindo problemas que já deviam ter sido resolvidos noutros jogos da série, Borderlands 3 apresenta novidades suficientes para tornar a experiência divertida, além de incluir bastante conteúdo de qualidade para quem é fã de Borderlands. Se podia ter feito mais para elevar a série? Sim, podia, mas Borderlands 3 é um jogo divertido por direito próprio, e isso não deve ser menosprezado.

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08 Gamereactor Portugal
8 / 10
+
Número absurdo de armas novas. Novos modos multiplayer. Missões secundárias interessantes.
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Vários problemas técnicos. Condução podia ser melhor. Zonas segmentadas são algo datadas.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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