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Starships

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Sid Meier tem um jeito peculiar para destruir o tempo livre dos jogadores.

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Jogar um título com o nome de Sid Meier envolvido, é como colocar dois blocos de cimento nos pés, que nos impedem de abandonar o computador e o jogo. E mesmo que consigam reunir força suficiente para pararem, uma voz irá ecoar na vossa mente, pedindo "só mais um turno." E assim ficam presos, horas a fio de cada vez.

Isso não aconteceu com Starships.

Primeiro é preciso clarificar que Starships não é um jogo da série Civilization, mas é uma variante de Civilization: Beyond Earth. Ou seja, embora seja um tipo de jogo muito diferente, existem relações entre os dois títulos. Os fãs de Civilization vão certamente reconhecer várias mecânicas que definiram a série, mesmo que aqui se apresentem numa forma mais acessível e simplificada.

Antes de arrancarem a campanha terão de eleger um líder entre oito candidatos possíveis, cada um com as suas particularidades, como começar a campanha com duas tecnologias já desbloqueadas ou a capacidade para reparar naves a metade do preço. O grupo de oito está claramente dividido em duas categorias - os que arrancam em vantagem e os que se tornam eficazes mais tarde -, mas o segredo para o sucesso passa por combinar da melhor forma o líder e a Affinity.

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A Affinity, ou afinidade, é outra característica que vão escolher no início da aventura, e tal como em Beyond Earth, essas afinidades são Purity, Supremacy e Harmony. O seu impacto político é bastante reduzido em Starships, mas é mais uma opção que permite personalizar o estilo de jogo.

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Embora pretendam oferecer uma experiência mais simplista com Starships, a Firaxis optou por oferecer várias condições de vitória aos jogadores, ou pelo menos, é essa a ilusão que o jogo transmite. Na verdade, só existe uma forma real de vencer Starships - erradicar o inimigo da galáxia. Os outros métodos para alcançar a vitória, não só não são interessantes, como não foram integrados da melhor forma, porque independentemente do caminho traçado, terão sempre de guerrear para atingir o sucesso.

O 'tabuleiro' do jogo é apresentado na forma de uma galáxia e vão começar no vosso pequeno planeta, o vosso próprio cantinho do universo. Nessa galáxia vão observar vários planetas que não estão associados a qualquer federação, e enquanto a população de um planeta permanecer neutra, podem oferecer missões aos jogadores. Existem objetivos de várias formas e feitios, e normalmente são divertidos. Podem escoltar uma nave de mercadoria, ou controlar pontos específicos do mapa, por exemplo. Se conseguirem completar a missão, vão receber recompensas e ganhar influência nesse planeta. Aos quatro pontos de influência, esse planeta junta-se à vossa federação.

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Ao avançarem pela campanha a moral da vossa tripulação vai começar a cair, e se descer demasiado, podem ocorrer motins. Para evitarem que isso aconteça, têm de deixar a tripulação descansar, o que na prática termina o vosso turno, passando a vez aos inimigos. Isto leva-nos à outra parte de Starships.

Ao selecionarem uma missão ou um planeta que querem acrescentar à federação, serão transportados para um segundo ecrã, constituído por asteróides e 'wormholes' posicionados de forma aleatória. Cada planeta também tem características peculiares que podem acrescentar novas variantes ao mapa e obrigam a uma adaptação por parte do jogador.

Como o título do jogo muito bem sugere, a vossa força é maioritariamente composta por naves espaciais, e vão começar a campanha com duas. Cada nave tem vários módulos que podem ser atualizados e melhorados com Energy, um recurso que também é necessário para comprar outras naves. Na prática podem comandar uma imensa frota de naves razoáveis, um número reduzido de naves poderosas, ou um equilíbrio.

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Quando pararem de personalizar as vossas naves, estarão prontos para a batalha, e este é um campo em que Starships tem grande potencial. Imaginem algo como um jogo de xadrez intergalático muito cativante. Algumas batalhas são rápidas, outras podem demorar largos minutos, enquanto tentam sair vitoriosos de encontros com outras naves. Durante a nossa campanha tivemos a oportunidade de participar em algumas batalhas memoráveis, genuinamente empolgantes, mas são raras.

A verdade é que a maioria dos confrontos acabaram por ser desinteressantes, de tal forma que tiveram mais peso que as batalhas realmente emocionantes, e essa é uma das grandes falhas de Starships. Outro problema do jogo é o grafismo geral. Os efeitos das batalhas são bastante fracos e o sistema de menus é simplesmente aborrecido e desinspirado. Startships não é um jogo bonito, não só porque tecnicamente não impressiona, mas também pelas decisões de design.

O facto do jogo arrancar em modo janela e não incluir muitas opções de personalização dentro do jogo, apenas fora, é outro elemento negativo. Adicionem o facto de não existir suporte para teclado, e é fácil perceber que Starships no PC é uma adaptação muito pobre de um jogo construído para iPad.

Nessa plataforma, e nas condições certas, Starships é uma experiência razoável, com motivos para agradar aos fãs de exploração espacial, mas para um jogo de PC, deixa muito a desejar. É uma pena, mas aquele sentimento tão característico dos jogos Sid Meier, o murmuro que nos pede para jogar só mais um turno, desapareceu com grande rapidez e não foi difícil largar Starships depois da análise.

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06 Gamereactor Portugal
6 / 10
+
Ambientes variados de batalha. Profundidade tática. Missões divertidas. Jogabilidade acessível.
-
Interface medíocre. Algumas decisões de design ineficazes. Versão PC abaixo do exigível.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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ANÁLISE. Escrito por Aldin Sadikovic

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