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Those Who Remain

Those Who Remain

Um jogo de terror português, com boas ideias e boas execuções, mas tem as suas falhas.

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Those Who RemainThose Who Remain

Those Who Remain é o novo jogo do estúdio português Camel 101, uma experiência de terror psicológico jogado na primeira pessoa, que está disponível para PC, PS4, e Xbox One por € 19,99. O jogo arranca com o protagonista de cabeça perdida, claramente embriagado a falar da esposa e da filha e com uma arma por perto. Aparentemente o nosso protagonista tem um caso com outra mulher, e está decidido a terminar tudo, marcando um encontro num motel para tratar do assunto.

A situação passa de deprimente a bizarra quando encontrámos o motel vazio. Uma rapariga desconhecida avisa-nos por telefone para "ficarmos na luz", o que é suficiente para que o nosso protagonista pense em sair dali para fora. Infelizmente isso não é possível, já que alguém roubou o carro. Sem veículo e com o motel vazio, decidimos partir para a aldeia mais próxima, Dormont, onde explorámos uma série de localizações abandonadas, encontrando alguns sobreviventes pelo meio que parecem tão confusos como nós.

Visitámos uma bomba de gasolina, os correios, uma esquadra, uma biblioteca, e várias casas particularidades, entre outras localizações, mas isto levou-nos a um dos problemas de Those Who Remain. Todas estes locais parecem desconectados uns dos outros, como se não fizessem parte da mesma aldeia, e pior que isso, a exploração deixa rapidamente de ser entusiasmante para ser previsível.

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Uma ideia interessante, que nos lembra de Alan Wake, é o facto do maior inimigo em Those Who Remain ser a própria escuridão. No escuro, estranhas figuras de olhos azuis esperam o jogador, e basta uma saída em falso na escuridão para ter morte instantânea. Isto cria uma tensão interessante, que causa um medo bem real e justificado do escuro.

Durante algum tempo, Those Who Remain mantém um ritmo previsível, que se resume a resolver puzzles, encontrar pistas, explorar, e evitar o escuro. A certo ponto, contudo, o jogo atira um novo ingrediente à experiência de jogabilidade, obrigando o jogador a tomar decisões que vão afetar outras personagens e até o final do jogo. Não vamos entrar em pormenores, mas pareceu-nos que por vezes faltavam mais provas e dados para que pudéssemos formar uma decisão fundamentada. E como o resto do jogo, eventualmente também este novo elemento começa a tornar-se previsível e repetitivo.

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Dito isto, gostámos da atmosfera que encontrámos em Those Who Remain, criada por um misto de grafismo, design sonoro, e mecânicas de jogo. Existem momentos realmente tensos em Those Who Remain, e até assustadores, pelo que é ainda com mais pesar que reportámos a fraca qualidade das animações faciais. Os sobreviventes nunca pareceram seres humanos credíveis, e mesmo o grafismo geral, não impressionou, ao ponto de por vezes até nos ter distraído do que se estava a passar.

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Those Who Remain tem também uma mecânica de universos paralelos, que permite arranjar ou alterar algo noutra realidade que também funciona na nossa, e nessa realidade irá encontrar algumas criaturas bastante estranhas que parecem baseadas em algo como Silent Hill. O problema com esta realidade alternativa é que nem sempre pareceu necessária, e por vezes só complicou uma história que é por si só algo confusa.

Infelizmente existem vários problemas com Those Who Remain. Já falámos do ritmo previsível do jogo, do grafismo abaixo da média, e da história algo confusa, mas também os controlos não são os melhores ou mais fluídos. Mesmo alterando a sensibilidade dos controlos, nunca nos sentimos confortáveis com a jogabilidade, e o facto de não existirem mecânicas furtivas também atrapalhou a experiência de jogo.

Those Who Remain é também uma experiência bastante repetitiva, onde irá passar imenso tempo a abrir gavetas e armários à procura de documentos e chaves. Se esta estrutura já é muito repetitiva por natureza, o facto dos pontos de save serem espaçosos, significa que uma morte pode obrigar a repetir imenso progresso perdido. Isto foi particularmente doloroso durante uma nova sequência de puzzles.

Existia aqui potencial para fazer um jogo melhor, e as falhas existentes são demasiado evidentes para serem ignoradas, mas gostámos da maior parte do tempo que passámos com este jogo português. Alguns jogadores vão certamente apreciar a experiência de terror que Those Who Remain tem para oferecer, mas antes de pensar em adquirir o jogo, pondere bem as falhas que referimos. Continua interessado? Então ajude a dar força a este estúdio português.

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Those Who RemainThose Who Remain
06 Gamereactor Portugal
6 / 10
+
Boa atmosfera com alguns sustos valentes. Narrativa intrigante.
-
Controlos não são os melhores. Gavetas... tantas gavetas! Animações faciais abaixo da média.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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