The Surge 2: The Kraken

Com Kraken, a Deck13 dá por terminado todo o lançamento de conteúdo extra para The Surge 2, uma expansão que é suposto ser o principal atrativo do passe de conteúdo. Avulso, Kraken custa € 11,99, enquanto que o passe - que inclui todo os os extras - custa € 19,99. Mas o que oferece Kraken? Uma nova área onde pode desfrutar de uma nova história, mais inimigos e bosses, e várias peças de armadura e armas.

Antes de continuarmos convém deixar o aviso de que precisa de completar sensivelmente metade do jogo base para aceder a Kraken, até ter acesso ao porto de Nixon. Aí pode apanhar um navio cor de laranja que o irá transportar para bordo do VBS Krakow, um porta-aviões encalhado que entretanto se transformou numa espécie de bairro sub-urbano. A bordo vai encontrar dezenas de corpos, loucos com fatos mecânicos, e uma inteligência artificial chamada CAIN que vigia cada rua com uma luz vermelha perfurante.

Considerando a localização, ficámos surpreendidos com a variedade de cenários. A extensão do navio dá acesso a uma baixa abandonada que parece saída de um filme dos anos 80, e até existe um cinema ao ar-livre a condizer. O cenário é interessante, mas tudo o resto é banal, já que não vai fazer nada que já não tivesse feito no jogo base, incluindo destruir inimigos e ouvir ficheiros de áudio com alguma exposição da história. Também existem missões secundárias, a maioria oferecida pelo novo companheiro robótico, Proto, mas o design e a imaginação por trás destes objetivos não são relevantes.

Kraken apresenta um novo tipo de inimigos na forma de piratas, mas na verdade não parecem muito diferentes dos oponentes típicos do resto do jogo. São o mesmo tipo de loucos equipados com fatos mecânicos que só servem de carne para canhão, e que fazem pouco para tornar a experiência interessante. A maior diferença em termos de jogabilidade é a introdução de algumas sequências furtivas, em que terá de tentar evitar o olhar de CAIN. Se falhar, tem hipóteses de sobreviver, mas boa sorte para lidar com tantos inimigos. Foi uma mudança de ritmo interessante, mas insuficiente para fazer a diferença.

O nosso ponto favorito de Kraken foram os dois bosses que enfrentámos, e que apresentaram um desafio bastante agradável. Será seriamente testado nestes encontros, mesmo considerando os padrões dos últimos bosses da campanha. Não vamos entrar em pormenores, mas os dois inimigos apresentaram comportamentos e padrões que não esperávamos, e que nos obrigaram a uma adaptação.

Por outro lado, o que menos gostámos de Kraken foi a sua longevidade. Mesmo com todas as missões secundárias concluídas, a aventura não durou mais do que duas horas, e isto inclui algumas repetições de áreas causadas por mortes. Embora tenha sido interessante navegar as áreas da expansão, esperávamos mais em termos de criatividade e conteúdo, sobretudo porque era suposto ser o que faria o passe de expansões valer a pena. Quanto às novas armas e peças de armadura, vai ter de trabalhar tanto para as obter, que quando as conseguir, não vão praticamente valer a pena.

Com apenas duas horas de jogo no total, missões secundárias sem interesse, e um lançamento tardio, Kraken acaba por não justificar a aposta no passe, ou até na sua compra avulso. Mais, quando não vale a pena regressar para a jogar, a não ser que tenha realmente gostado bastante de The Surge 2, ou complete a expansão enquanto joga a campanha principal. Se The Surge 2 foi uma sequela bastante positiva que nos surpreendeu, esta expansão deixou a desejar.