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The Sinking City

The Sinking City

Fomos à procura do que se esconde nas sombras, num novo jogo inspirado pelas obras de Lovecraft.

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A Frogwares tem experiência na criação de mistérios para os jogadores resolverem, já que é o estúdio por trás dos jogos mais recentes de Sherlock Holmes. O seu novo jogo, The Sinking City, troca as obras de Arthur Doyle pelas de H.P. Lovecraft, apresentando um ambiente mais sinistro e rico no sobrenatural, ainda que mantenha as raízes de investigação de Sherlock Holmes.

The Sinking City coloca o jogador no centro de uma aventura de terror, passada em Oakmont, uma ilha meio submersa depois de uma inundação aparentemente sobrenatural. Os cidadãos falam de eventos estranhos e visões arrepiantes, e cabe ao jogador, na pele do investigador Charles W. Reed, tentar descobrir o que se passa, ao mesmo tempo que lida com as suas próprias visões.

A sua primeira tarefa passa por investigar o desaparecimento do filho de uma das famílias mais ricas da cidade, depois de ter partido numa expedição até às profundezas do mar. Em cima disso, um homicídio acabou de ocorrer nas proximidades, e o jogo rapidamente apresenta as mecânicas de investigação ao jogador. Podem pegar em itens para os estudar, à semelhança do que era possível nos jogos de Sherlock Holmes, mas Reed tem um truque único na manga.

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Reed é capaz de canalizar as suas visões para encontrar pistas que podem ter escapado aos restantes, e ainda consegue passar luz ultra-violenta nas cenas do crime. As suas habilidades até o permitem ter uma visualização do passado, desde curtos flashes quando interage com certos itens, a inteiras representações de eventos. Quando estão nestas representações têm de investigar as pistas e ordenar a sequência de eventos pela ordem correta.

Todas as pistas que encontram ficam disponíveis num menu específico, para que possam consultar a qualquer momento do jogo, e convém que o façam. Depois de recolherem pistas suficientes podem entrar num local designado de Palácio da Mente, onde terão de juntar tudo o que encontraram e chegar a conclusões. As decisões que tomaram irão depois moldar a história e o mundo em redor do jogador.

Um problema de usar a visão especial de Reed, é que isso drena a sanidade da personagem, o que pode eventualmente levar à sua morte. É portanto aconselhável que usem essa visão de forma espaçada e apenas em momentos em que achem realmente importante. Para aliviar estes sintomas podem criar drogas anti-psicóticas, com materiais que podem encontrar enquanto exploram o cenário. Entre itens que podem encontrar e criar incluem munições, granadas, e kits médicos, por exemplo.

Ao contrário de outros jogos inspirados nas obras de Lovecraft, The Sinking City inclui uma boa dose de combate. Ao longo da aventura irão encontrar uma série de criaturas monstruosas, que felizmente são vulneráveis a balas e ataques físicos. Menos feliz é o sistema de combate em si, que parece datado e trapalhão. Se, por um lado, apreciamos um pouco mais de ação, por outro, considerando que o sistema de combate não funciona muito bem, talvez tivesse sido melhor deixá-lo de fora por completo, como aconteceu em Conarium e Call of Cthulhu, por exemplo.

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The Sinking City também inclui um sistema de progressão, tanto para situações de combate, como para sequências de investigação. Em resumo, estas habilidades dividem-se nas categorias de combate, vigor, e mente. Combate diz respeito à capacidade de Reed com armas, itens, e explosivos; Vigor governa o espaço de inventário, força física, e vitalidade; Mente determina a eficácia na criação de itens, pontos de experiência ganhos, e sanidade geral.

Um dos pontos mais positivos de The Sinking City é o mundo de jogo, que transmite uma sensação de filme de terror antigo, não só a nível de ambiente e arquitetura, mas também de personagens que vão encontrar. Infelizmente esta atmosfera positiva não é suficiente para tornar a movimentação pelo jogo interessante. A personagem é lenta, e embora a ideia de usar pequenos barcos para navegar áreas da cidade pareça positiva, a verdade é que se torna repetitivo em pouco tempo. Felizmente existe um sistema de viagens instantâneas, ligado a telefones fixos que vão encontrando.

A opção por uma estrutura em mundo aberto não nos parece ter sido a melhor, já que um mundo aberto tem de ser mais do que ambiente e cenário. É preciso ter vida, algo que torne a experiência de estar a caminhar de um lado para o outro interessante, e isso não existe em The Sinking City. Nota ainda para o facto do jogo não colocar sinaléticas no ecrã ou no mapa. Se quiserem ir a algum lado terão de olhar para as notas e encontrar as ruas pela cidade.

The Sinking City sofre com alguns problemas de design e de execução, mas tem os seus méritos. A atmosfera é boa, a narrativa é intrigante, e os diálogos estão bem escritos. A mecânica de sanidade e de investigação também funciona bem, e acaba por de certa forma compensar pela mediocridade do combate. Gostámos de explorar este mundo lovecraftiano, e se apreciam o género, acreditamos que também irão apreciar a viagem.

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06 Gamereactor Portugal
6 / 10
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Narrativa interessante. Conceito original. Ameaças intrigantes. Sequências de investigação positivas.
-
Combate preso. Movimento aborrecido. Localizações podem ser difíceis de encontrar.
overall score
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