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Transference

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Já jogámos o primeiro jogo do estúdio de Elijah Wood, em realidade virtual.

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Transference

Quando Transference foi revelado pela primeira vez, causou algum 'sururu' entre a indústria, sobretudo pelos nomes envolvidos. O jogo estava a ser produzido numa colaboração entre a Spectrevision, estúdio do ator Elijah Wood, e a Ubisoft. Em cima disso, o projeto era também misterioso e atípico, misturando vídeos reais com atores e realidade virtual. Agora tivemos finalmente a oportunidade de jogar Transference de uma ponta à outra, um jogo que está disponível na PS Store por € 24.99.

É difícil descrever o mundo e o contexto de Tranference, mas vamos tentar. De forma resumida, o jogador é atirado para um espaço virtual fragmentado, composto por memórias que terão de reunir e juntar. Algumas dessas memórias estão corrompidas, e o jogador terá de resolver puzzles para as desbloquear. A maior parte da ação decorre no apartamento de uma família, e a história desenvolve-se de forma gradual conforme avançam pelo jogo. Para terem o contexto da narrativa terão de ter atenção ao ambiente, ouvir mensagens, e por vezes lidar com alguns monstros que se escondem no escuro.

Somos obrigados a confessar que, mesmo agora que já terminámos o jogo, não temos bem noção do que é a história de Transference. Tudo é apresentado de forma muito vaga, provavelmente para permitir que o jogador preencha ele próprio os vazios e interprete a história à sua maneira. A própria moralidade da história é muito ambígua, sobretudo em relação ao pai e à forma como tratava a família. Basicamente é um exercício de tentar fazer sentido de tudo o que se passa.

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Embora Transference esteja a ser promovido como um jogo de realidade virtual, também pode ser jogado de forma tradicional na TV. Isso foi bastante útil, sobretudo porque a certo ponto ficámos enjoados com o movimento da personagem, embora existam opções para tentarem encontrar uma solução que melhore o vosso conforto com o jogo. Até existem algumas boas ideias em termos do uso da realidade virtual, mas apreciamos o facto de ser jogável na TV.

A realidade virtual é um bom encaixe para Transference, sobretudo porque a história se baseia num ambiente virtual. Em termos de controlos, Transference é muito básico, com um punhado de ações simples. Basicamente vão apanhar ou interagir objetos, examiná-los, e poucos mais, utilizando apenas alguns botões do DualShock 4. Dito isto, fica o aviso de que existem alguns sustos, intensificados se estiverem a jogar em realidade virtual.

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Além dos controlos, também os puzzles são algo básicos. Normalmente é preciso encontrar um item, e descobrir onde o têm de o posicionar, de forma a avançar a história. É um ritmo muito pausado, e o facto da personagem ser muito lenta a caminhar não ajuda. E mesmo considerando a sua lentidão, Transference consegue ser um jogo incrivelmente pequeno, a rondar a hora de jogabilidade.

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O cenário em si é também muito limitado, mas pelo menos está bem detalhado. A qualidade gráfica é elevada, sobretudo no modo TV - em realidade virtual perde um pouco de definição. É um jogo muito sombrio, onde a iluminação (e a sua ausência) é usada de forma muito inteligente e eficaz. É difícil não ficar tenso enquanto caminhamos por corredores escuros e salas preenchidas com luz vermelha. Também existe uma mecânica engraçada que permite mudar a configuração das salas de acordo com a iluminação.

Um facto que distingue claramente Transference é a utilização de vídeos reais filmados com atores. Estes vídeos surgem em ecrãs no jogo, como computadores, televisões, e por aí. São usados de forma muito espaçada, e fazem sentido quando aparecem, acrescentado à experiência de jogo. De certa forma servem o mesmo propósito que os ficheiros de áudio, mas de forma mais eficaz e mais imersiva.

Transference lembrou-nos um pouco de Observer, sobretudo porque partilham alguns temas e o mesmo tom sombrio. Se são fãs de Observer, vale a pena considerar Transference. Ainda assim, quando o jogo acabou, sentimos-nos algo desiludidos. Por norma, os jogos de realidade virtual são curtos, mas Transference exagera um pouco. Por ser tão curto, nunca nos sentimos realmente agarrados ao seu mundo, mas tem os seus pontos fortes. Não é para todos, não é recomendável, mas vai certamente conquistar alguns adeptos.

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06 Gamereactor Portugal
6 / 10
+
Atmosfera e iluminação de grande qualidade. Usa bem vídeos reais. Realidade virtual funciona bem no contexto do jogo.
-
É muito pequeno... apesar da personagem andar a passo de caracol. Puzzles são básicos.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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