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Earthfall

Earthfall

Pretende ser Left 4 Dead com Aliens, e até certo, ponto, consegue-o.

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É um contexto que já vimos muitas vezes: a humanidade está à beira da extinção, e os poucos humanos que restam lutam pela sobrevivência. É esta a proposta do novo jogo de ação cooperativa da Holospark, Earthfall, que irá colocar os jogadores em confronto com os invasores alienígenas, em plenos subúrbios.

A forma mais simples de descrever Earthfall é apelidá-lo de Left 4 Dead com extra-terrestres, algo que é assumido pela própria Holospark. O problema é que Left 4 Dead já tem uns bons anos, e se o género era fresco na altura, hoje em dia tem bem mais opções no mercado. Earthfall tem uma jogabilidade sólida, uma variação decente de objetivos e inimigos, cenários agradáveis... e é isso. É um jogo razoável, sobretudo numa primeira análise, mas depois de algumas horas, tornam-se evidentes as suas principais falhas.

O jogador estará sempre acompanhado de três companheiros, sejam controlados por outros jogadores, ou pela inteligência artificial. À vossa disposição terão algumas armas de fogo e outras de curto alcance, essenciais para atravessarem uma série de níveis lineares e algumas áreas onde terão de montar perímetros de defesa. Nada de errado com isto, excepto que é tudo muito básico, muito usado noutros jogos. Mesmo a secções de criar um perímetro, são básicas, no sentido em que devem tapar portas e janelas abertas, meter umas armas estacionárias, e pronto. Embora esta abordagem de barricadas seja típica no género, podia ter beneficiado de mais inspiração e um pouco de design mais requintado.

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Embora os inimigos sejam alienígenas, não parecem muito mais inteligentes que os zombies típicos dos videojogos. A maioria tende a correr em direção aos jogadores, embora existam vários tipos para defrontarem - alguns atiram veneno à distância, outros largam uma nuvem de gás, e até existem mini-bosses para derrotarem. Um dos mais interessantes chama-se Black Out, uma criatura extremamente rápida que se teletransporta de um lado para o outro, e ainda tem um escudo de energia. A maioria aparece em todas as 10 missões, o que significa que não existe grande progressão em termos de inimigos. Por outro lado, a variedade em cada missão acaba por ser razoável por causa disso. Um pormenor curioso é que, quando uma das personagens deteta um dos mini-bosses (independentemente de estar a ser controlado pela IA ou por um jogador), irá gritar na sua direção, avisando os restantes.

O arsenal ao dispor dos jogadores não é muito inovador, apresentando o rol típico de armas - pistolas, caçadeiras, espingardas, granadas, e assim por diante. Podem encontrar armas que estão disponíveis em caixotes espalhados pelos níveis, ou através de algumas impressoras 3D posicionadas em áreas chave. As munições em si não são abundantes, obrigando a uma boa partilha razoável e a algum cuidado em como atacam, com exceção da pistola, que tem munições infinitas. É por isso aconselhável que utilizem a pistola em momentos mais sossegados, ou para acabarem com os restos.

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Os níveis em si têm uma variedade razoável, desde casas nos subúrbios, a terminais de comboios, passando por instalações industriais. O inimigo, por norma, pode aparecer de várias direção, embora existam áreas que acabam por afunilar os alienígenas.

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Earthfall destaca-se pela forma como apresenta opções táticas ao jogador, para depois o afogar em números esmagadores de inimigos. A primeira vez que jogarem um nível, é provável que passem por dificuldades, mas à medida que vão conhecendo o mapa, os inimigos, e de onde podem surgir, vão começar a perceber as melhores formas de disponibilizar as armas estacionárias, as armadilhas, e outros pormenores estratégicos.

Tivemos alguns pontos altos durante a nossa experiência com Earthfall, como quando fomos salvos por um colega depois de sermos atacados por um Thresher (um estilo de assassino que prende o jogador e começa a comer a sua pele), ou quando conseguimos flanquear com sucesso um grupo de inimigos, dizimando-os por trás. Earthfall é divertido, e tem bons momentos, mas começa a tornar-se repetitivo com alguma rapidez. Pior que isso, torna-se previsível, o que afeta de forma decisiva o interesse do jogador a médio e longo prazo.

A narrativa em si gira em torno de encontrar a causa para todos estes eventos, mas como dificilmente irão seguir as missões por ordem, é provável que não consigam seguir a história com muita atenção e interesse. Compreendemos que a história não costuma ser um dos pontos fulcrais do género, mas isso não significa que não se pudesse ter feito um esforço maior para apresentar uma narrativa mais empolgante.

Se nos divertimos a jogar Earthfall com amigos? Sim, sem dúvida, e até com desconhecidos, mas a verdade é que existem alternativas superiores que oferecem o mesmo tipo de experiência, ou semelhante. O jogo não tem apelo a médio e longo prazo, e se nas primeiras pode ser interessante, é muito provável que acabem por abandonar Earthfall. Essa é a sua maior falha, a sua incapacidade para oferecer uma alternativa válida, limitando-se a ser 'mais um'.

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06 Gamereactor Portugal
6 / 10
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Matchmaking e jogabilidade online funcionam bem. Boa variação de inimigos, com mini-bosses interessantes. Detalhe do ambiente.
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Torna-se repetitivo e previsível. Não há nada que o eleve acima da média. Narrativa e conjunto geral podiam ter sido mais trabalhados.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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ANÁLISE. Escrito por Bengt Lemne

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