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UFC 3

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Voltámos a entrar no octógono da EA Sports para um terceiro round.

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A EA Sports volta a tentar recriar a intensidade da UFC pela terceira vez, em PS4 e Xbox One, e embora não fossemos os maiores fãs dos dois capítulos anteriores, estávamos curiosos para ver o que mudou. O primeiro impacto é extremamente positivo. O jogo tem valores de produção altíssimos, ao nível de menus, apresentação geral, e grafismo. O grau de espetaculidade e autenticidade é impressionante, desde os ecrãs de loading aos comentários, tudo é de alta qualidade. Existem momentos, durante os combates, em que é difícil distinguir o jogo da realidade, a um nível a que poucos jogos chegam, e o uso de ícones como Joe Rogan e Dana White são elementos que só fortalecem essa ligação entre o jogo e o real.

A EA Canada também melhorou certos elementos da jogabilidade, sobretudo ao nível do movimento lateral em torno do oponente. Graças a novas animações, agora podem atingir o adversário quando o estão a circular. Não parece uma novidade muito entusiasmante, mas o facto de nos anteriores não ser possível fazer isso, diz bem da rigidez do sistema de combate. Mesmo superior aos anteriores, esta versão da jogabilidade permanence rígida e algo robótica, ainda que muito mais fluída graças a cinco mil novas animações, segundo a EA. Grande parte dessas animações são dedicadas a lutadores específicos, e se são fãs de UFC, é preciso reconhecer o esforço da EA Canada em capturar com precisão o estilo de combate de lutadores como McGregor, Anderson Silva, TJ Dillashaw, Mighty Mouse, Luke Rockhold, e Nate Diaz, entre outros.

Ainda assim, não conseguimos apelidar UFC 3 de um simulador de MMA, ou até de concordar com a EA quando diz que o jogo consegue simular os combates que acontecem no octógono. Os melhores lutadores atuais de UFC são génios na forma como misturam várias artes marciais nos seus estilos de combate, e isso não é exatamente possível de recriar no jogo. Em vez de puxar por esse lado do combate, UFC 3 é mais um jogo virado para combinações de golpes.

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Outra desilusão é o facto da transição para o tapete ainda ser estranha e lenta. Pedia-se uma transição muito mais suave e orgânica, e gostaríamos que esse tivesse sido uma das prioridades da equipa, e não a criação de novos modos de jogo. Esta parte da experiência nunca nos pareceu natural, mesmo depois de várias horas com o comando na mão. Por exemplo, se consideramos Cain Velasquez, ele é um mestre na forma como combina ataques diretos com movimentos de wrestling e brutalidade no tapete. Essa transição entre disciplinas nunca é conseguida com precisão em UFC 3.

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O sistema de submissões está idêntico ao que viram nos jogos anteriores. É exatamente o mesmo tipo de mini-jogo aborrecido, mais focado em sorte do que exatamente em perícia ou paciência. Vários atletas de UFC descrevem o combate no solo como sendo uma espécie de "xadrez humano", onde é necessário antecipar e defender os golpes adversários, enquanto preparam uma resposta. Nada disso é recriado em UFC 3.

O modo carreira foi um dos pontos mais promovidos pela EA Sports, e permite aos jogadores assumirem o papel de um novato da UFC. O objetivo é naturalmente o de transformar este novato no maior lutador de sempre, mas isso é um processo longo e exigente. Salvo ou outro elemento que podia estar melhor, temos de elogiar a EA Canada pelo que fez com este modo carreira. O nível de detalhe que está aqui presente indica que houve um grande esforço por parte do estúdio para criar uma experiência de UFC que parecesse genuína. Vão ultrapassar vários momentos baixos e altos ao longo desta narrativa pessoal, mas é tudo de forma orgânica, sem recorrer excessivamente a sequências de vídeo.

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Já não gostámos tanto do modo Ultimate Team, que mais uma vez funciona à base de micro-transações e caixotes de loot. Lembra-nos imenso de NBA 2K18, pela forma como está construído como um festival de grind aborrecido, para motivar o jogador a gastar dinheiro real para poupar tempo e chatice. Nenhum jogo de luta é divertido quando as personagens não são equilibradas, e é isso que acontece neste caso. Quem gastar dinheiro terá lutadores mais poderosos do que alguém que não quer gastar dinheiro, ou passar horas a fio a jogar. Existem outros modos de jogo, sem micro-transações, mas pelo esforço que a EA Canada meteu na Carreira e em Ultimate Team, estes são os dois modos que vão apelar a mais jogadores.

UFC 3 é superior ao jogo anterior em praticamente tudo. O modo carreira é interessante, as novas animações melhoraram a fluidez do jogo, existem mais opções no combate, e a atenção ao detalhe é fantástica. É um jogo com grande qualidade gráfica e sonora, rico em valores de produção, mas não é um melhoramento tão significativo como esperávamos. A jogabilidade continua a ter vários problemas, e a forma como as micro-transações funcionam estraga por completo Ultimate Team Mode. Queremos mais da próxima edição.

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06 Gamereactor Portugal
6 / 10
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Excelente grafismo e valores de produção. Áudio de boa qualidade, com comentadores entusiasmados.
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Muitas falhas técnicas (bugs). Submissões são aborrecidas. Caixas e micro-transações. Alguns controlos 'perros'.
overall score
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