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      Gamereactor
      análises
      Virginia

      Virginia

      Um jogo peculiar que se inspirou de igual forma no cinema e nos videojogos.

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      Assim que os créditos começam a rolar no fim de Virginia, surge rapidamente o reconhecimento da produtora a Thirty Flights of Loving, jogo da Blendo Games lançado em 2012. É um reconhecimento merecido, já que Thirty Flights of Loving foi claramente uma grande inspiração para Virginia, e entre as maiores influências estão as sequências cinemáticas sem vozes que entregam momentos importantes da estória, e a relativa falta de interação com o jogador. De muitas formas, Thirty Flights of Loving foi um jogo importante, quase revolucionário, e com Virginia a construir em cima das mesmas ideias com tanto estilo, é justo considerar este jogo como um novo passo na direção de um género que mistura jogos e cinema.

      Dito isto, Virginia vai dividir muitos jogadores, em grande parte porque não existem interações relevantes com o comando. Na nossa opinião a maior ligação entre jogo e jogador prende-se com a imaginação do segundo. A Variable State deixou bastante espaço para a interpretação dos eventos, e isso vai dividir opiniões, sobretudo porque não existe uma conclusão definitiva dos eventos. Acreditamos que percebemos o que aconteceu (talvez?), mas dada a natureza do jogo e do seu enredo, é difícil ter a certeza.

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      É um final ambíguo, mas funciona. Virginia é um jogo de mistérios, onde dois agentes do FBI investigam o desaparecimento de um rapaz numa aldeia rural dos Estados Unidos da América. Para sermos honestos, existe muito mais a considerar do que este mistério, mas por motivos óbvios vamos manter-nos vagos quanto ao enredo. O que podemos dizer é que o jogo e o argumento tem claras influências de outros jogos e filmes, e se viram o clássico Twin Peaks, é difícil não pensar em paralelos.

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      Um dos elementos mais peculiares de Virginia é não usar diálogos, mas antes comunicação gestual e corporal. Existe um ou outro momento em que esta escolha de design - que parece muito teatral -, não encaixa com o que se passa na estória, mas no geral funciona. A Variable State fez um excelente trabalho na comunicação de emoções complexas através de movimentos subtis, ou recorrendo ao auxílio do grafismo e da música. A banda sonora tem aliás um arranjo muito elegante, acentuado pontos do enredo com categoria.

      O estúdio também mostrou grande capacidade na edição do jogo. Existe uma grande influência cinematográfica em Virginia, e as sequências são normalmente exploradas e desenvolvidas através de uma edição cuidada que acelera o jogo, e que nos transporta de localização para localização. A variable State tem ainda o condão de ter conseguido dar um ritmo muito eficaz ao jogo, embora não seja de todo um jogo acelerado. O encaixe cinemático das sequências também permitem que o grafismo cel-shaded brilhe com intensidade, sobretudo quando acrescenta alguma cor a uma área rural dos EUA algo seca nesse aspeto.

      Virginia divide o protagonismo entre duas personagens femininas, e embora ambos sejam jogáveis, só vão ver os eventos do jogo através de uma das personagens. Mais uma decisão corajosa da Variable State, que mostra como o estúdio pensou bem cada elemento da experiência. Dadas as ligações ao FBI, e algumas das imagens que vão ver no jogo, podem pensar em O Silêncio dos Inocentes mais do que uma vez. São influências muito evidentes, mas isso não significa que não vão ser surpreendidos por Virginia. Existem alguns momentos de intensidade, em em mais de uma ocasião ficámos na dúvida sobre o que era real ou não, já que a linha entre ambos é muito ténue em Viriginia.

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      É óbvio que, apesar de tudo o que já aqui foi dito, foi na narrativa que a Variable State empregou maior esforço. Tudo, desde o que é dito ao jogador, e o que fica para a interpretação, foi muito bem definido de forma a dar uma liberdade narrativa com pouca comparação. Falando mecanicamente, Virginia não oferece muito em termos de autonomia - na forma como se movimentam ou interagem -, mas não se passa o mesmo em relação à estória. A exposição do jogador aos eventos vai assegurando um conhecimento gradualmente superior do mistério, e isso deixou-nos deliciados, mas temos a consciência de é uma estrutura ambígua, e que nem todos vão apreciá-la. Alguns jogadores vão odiar não terem as repostas todas, mas podemos dizer que uma segunda passagem pela estória ajuda a esclarecer dúvidas.

      É difícil olhar objetivamente para Virginia e não pensar nos jogadores que vão questionar a sua falta de interação, ou a abordagem muito linear à jogabilidade, mas os jogos não têm de ser todos feitos para as massas. Nós achámos a experiência interessante, e foi definitivamente merecedora do nosso tempo e atenção. Alguns momentos da estória podiam ser um pouco mais evidentes, mas a Variable State manteve-se fiel à sua visão e ela é original. Virginia é uma peça de entretenimento interativo estranho, obscuro, e desafiante. Ao mesmo tempo é intrigante, consciente, e cheio de coração.

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      VirginiaVirginiaVirginia
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      08 Gamereactor Portugal
      8 / 10
      +
      Enredo interessante. Estilo inteligente. Banda sonora é um mimo.
      -
      Teria beneficiado de um foco maior em alguns momentos. Carece de mais interações importantes.
      overall score
      Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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