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Twelve Minutes

12 Minutes - Impressões Iniciais

O tempo é precioso, neste jogo do português Luís António.

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12 Minutes, do produtor português Luís António, tem sido altamente elogiado desde a E3 2019, mas agora tivemos finalmente a oportunidade de o experimentarmos. Trata-se de um conceito de loop temporal, onde o jogador repete vezes sem conta os mesmos 12 minutos da vida do protagonista. Tudo isto reforçado com o desempenho de vários atores de renome, como James McAvoy (faz de protagonista), Daisy Ridley (interpreta a esposa do protagonista), e Willem Dafoe (o intruso).

Ora, finalmente tivemos a oportunidade de experimentarmos 12 Minutes, através de uma sessão em que também participou o próprio Luís António. O conceito passa por aprender algo com cada 12 minutos de jogo, de forma a mudarmos comportamentos e ações, e percebermos como isso pode mudar os eventos. Quando o jogo começa, o protagonista está a desfrutar de um jantar com a sua esposa, no seu apartamento, quando um intruso - um polícia corrupto - invade a casa. Eventualmente esse intruso amarra o casal e sufoca-os até à morte. Cabe ao jogador experimentar coisas novas para tentar escapar a esse destino.

Ficámos surpreendidos com o quão acessível parece ser o jogo. A ação passa-se no pequeno apartamento do casal, mas é possível interagir com praticamente todos os objetos, e existem muitos diálogos possíveis. Combinar objetos para criar itens é um processo fácil, e o inventário é simples e funcional. Só jogámos com rato e teclado, mas Luís António garante-nos que será igualmente fácil utilizar um comando, usando o analógico direito para simular o movimento do rato.

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Twelve Minutes

Não tivemos tempo para experimentar muita coisa durante a nossa sessão de jogo, mas tentámos. Por exemplo, encontrámos um telemóvel e tentámos ligar à polícia, mas o intruso apercebeu-se e imediatamente interrompeu a chamada. Também encontrámos comprimidos para dormir na casa-de-banho, e tomámo-los, mas isso apenas implicou que adormecemos antes do intruso chegar, e tudo recomeçou novamente. Até tentámos convencer a nossa esposa de que algo terrível estava prestes a acontecer, mas não tivemos sucesso - faltou-nos mais conhecimento para o conseguirmos.

Experimentação é a palavra de ordem, mesmo que por vezes essa experimentação não resulte em nada de significativo. Nesse sentido, cada objeto no apartamento está lá por um motivo, e nada foi deixado ao acaso. Perguntámos a Luís António se algo tinha mudado durante o processo de produção, e o produtor português confirmou-nos que sim: "A refeição, por exemplo, era para ser lasanha, mas como são necessários garfos e facas para comer lasanha, os jogadores estavam a tentar usá-los como armas. Tive de os substituir por colheres". Outro exemplo era uma mesa colocada no centro da sala, que aparentemente os jogadores estavam a usar para estarem sempre a correr à volta dela quando estavam a ser perseguidos.

Inicialmente a história também ia ser muito maior, mas o produtor português acabou por reduzir a escala, de forma a manter a narrativa e as mecânicas de jogo mais focadas. Aparentemente os jogadores estavam a perder-se um pouco dentro de um espaço maior, no sentido em que estava a ser difícil perceber o que estava a ser mudado com cada ação. Manter o elenco reduzido também foi importante para que o jogador se pudesse identificar com as personagens.

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Mas quantos finais tem 12 Minutes? Como é que se acaba o jogo? "À medida que o jogo foi crescendo, comecei a ter também essas questões, de como iria acabar um jogo cujo princípio gira em torno de uma repetição perpétua do tempo", respondeu-nos Luís António. "Depois percebi que o meio dos videojogos me estavam a oferecer algo que não tinha de acabar com o rolar dos créditos. A conclusão da experiência é algo diferente. Se quiser uma conclusão, perto das oito horas de jogo penso que irá acontecer algo que será uma conclusão para a maioria dos jogadores, mas a verdadeira reposta é que 12 Minutes não é uma experiência linear, como pode esperar de outros jogos ou meios de entretenimento".

Já tínhamos boas expetativas para 12 Minutes, e ter a oportunidade de o jogar só ajudou a reforçar essas expetativas. Parece ser um jogo acessível em termos de controlos e interface, com um conceito que raramente foi abordado em videojogos, ou pelo menos desta forma. Mal podemos esperar para alargar estes 12 minutos para 8 horas ou mais, ainda que de momento não exista uma data de lançamento.

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